terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Martin Heidegger e o caráter de “apelo da consciência”: Be-deuten.


                      
                                                                                 Ubiracy de Souza Braga*

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Sociólogo (UFF), Cientista Político (UFRJ), Doutor em Ciências junto à Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Professor Associado da Coordenação do curso de Ciências Sociais da Universidade Estadual do Ceará (UECE).





 “L`engagement de 1933 reste une tache compromettante dans la vie de ce penseur”.


Escólio: O termo alemão be-deuten, escrito em Ser e tempo (Sein und Zeit, Halle, 1927; Max Niemeyer Verlag, Tubingen, 1986), insinua que se lhe está atribuindo uma acentuação forte a partir do étimo principal - deuten = “mostrar, apontar, interpretar”. Na analítica da mundanidade, todo ato e exercício de interpretação, indicação e demonstração se exercem a partir de um mundo já estruturado e estabelecido. Be-deuten = significar que remete então para o “movimento e processo de estruturação do mundo”. A tradução por significar e significância (na derivação de Bedeut-samkeit) visa a que a leitura remonte a esse nível ontológico de constituição da mundanidade. Este o objetivo de meus apontamentos.
Martin Heidegger nasceu a 26 de setembro de 1889 em Messkirch, na “Schwarzwald” (Floresta Negra), Alemanha, e faleceu em 26 de maio de 1976, na mesma Messkirch, então parte da Alemanha Ocidental. Seu pai foi um sacristão católico, incumbido das vestes e dos objetos sagrados, de tocar os sinos e também de cavar as sepulturas no interior do templo. Heidegger mostrou uma preocupação religiosa precoce e teve seu interesse despertado para a filosofia ainda ao tempo de seus estudos básicos, através da leitura do filósofo católico do final do século XIX Franz Brentano. Impressionou-o a psicologia “descritiva”, como é apresentada: “Dos vários significados do Ser de acordo com Aristóteles” - 1862, em alemão: Von der mannigfachen Bedeutung des Seienden nach Aristoteles, de Brentano. De seu estudo inicial de Brentano procede também seu entusiasmo pelos gregos, especialmente os pré-socráticos. Após terminar os estudos básicos, Heidegger entrou para a ordem dos Jesuítas. Como “noviço”, posto que tomasse o hábito recentemente, estudou a Escolástica (filosofia cristã medieval) e a teologia tomista, na universidade de Freiburg.

É seguramente um dos pensadores fundamentais do século XX, pela recolocação do problema do ser e pela refundação da Ontologia, quer pela importância que atribui ao conhecimento da tradição filosófica e cultural. Nascido na pequena cidade de Meßkirch, distrito de Baden, no interior da Alemanha, inicialmente quis ser padre e chegou mesmo a estudar em um seminário. Depois, estudou na Universidade de Friburgo, com Edmund Husserl, o fundador da fenomenologia. Nomeado Privadozent na Universidade de Friburgo l9l5, e em 1916, como tese de habilitação ao ensino universitário, publicou A Doutrina das Categorias e do Significado em Duns Escoto. Mais tarde descobrir-se-ia que a obra de Escoto considerada por Heidegger, isto é, a Gramática Especulativa “não era de Duns Escoto”. Mas isso não tinha muita relevância no pensamento de Heidegger, já que o seu trabalho de pensamento, com os interesses metafísicos e teológicos que dominam, “encontra-se mais no plano teórico do que no plano histórico”. Melhor dizendo, distingue plano de análise de plano de realidade.
            É longa a história de Heidegger, sua vida, sua filosofia. Nela estão encontram-se as paixões (cf. Ott, 1990; Janicaud, 1990; Lacoue-Labarthie; 1987; Ettinger, 2007) e catástrofes (cf. Heidegger, 1933; 1976; Farias, 1988; Neske e Kettering, 1990; Braga, 2004; Safranski, 2005a; 2005b) de todo este século em que viveu. Do ponto de vista de sua formação em Filosofia, Heidegger vem de longe. Tratou Heráclito de Éfeso, filósofo pré-socrático considerado o “pai da dialética”, Platão, autor de diversos diálogos filosóficos e fundador da Academia, em Atenas, a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental e Immanuel Kant, geralmente considerado como o último grande filósofo dos princípios da Era Moderna, indiscutivelmente um dos pensadores mais influentes, “como se fossem seus contemporâneos”. Chegou tão perto deles que escutou o que não chegaram a dizer e colocar isso em linguagem. Em Heidegger existe ainda a toda maravilhosa metafísica. Indagar, não responder, era a paixão de Heidegger. A isso sobre que indagava e porque procurava, ele chamou-o ser.
Durante toda a sua vida filosófica sempre indagou pelo ser. O sentido dessa indagação é apenas “devolver à vida o mistério que ameaça desaparecer na modernidade”. É uma triste ironia da história das influências que a questão do ser em Heidegger tenha em geral perdido esse impulso libertador e “aliviador”, deixando o pensar intimidado e, pelo contrário, crispado. Será preciso desfazer essa crispação. Então talvez também fiquemos suficientemente livres para permitir que o riso da criada trácia responda a muita meditação frustrada desse gênio filosófico. Ou seja, atingimos assim a compreensão da determinação do visível como visível, e conjuntamente do invisível como invisível, e do vínculo orgânico que une o invisível ao visível.
            Neste período E. Husserl foi chamado a ensinar em Freiburg e Heidegger o seguiu como Assistente. Professor por alguns anos na Universidade de Harburgo, e depois, em 1929, Heidegger sucedeu E. Husserl na Cátedra de filosofia em Friburgo, ministrando a Aula Inaugural: O que é a Metafísica? É o discurso da aula inaugural dada na Universidade de Friburgo em 1929, onde Heidegger assumiria a cátedra de professor regular. O público desta palestra era constituído pelo corpo docente e discente daquela universidade. Por esta época, Heidegger já havia lançado “Ser e tempo” (1927) obra que havia provocado uma série de mal entendidos, entre grande parte do público leitor de filosofia. Consciente de que seu público na palestra é formado em grande parte por cientistas e estudantes de ciências, e que este tipo de crítica à sua obra está pairando no ar, Heidegger decide fazer uma “analítica da existência científica”, e a partir dela responder à pergunta sobre o que é metafísica. O filósofo, no entanto, não tenta definir o que é metafísica.
Desse mesmo ano saiu o ensaio intitulado Sobre a Essência do Fundamento, em que parte da análise do princípio da razão suficiente (já formulado por Leibniz); é uma ocasião para Heidegger realçar o tema do mundo enquanto projeto e sistema de significações, dentro do horizonte da compreensão do ser, bem como o livro Kant und das Problem der Metaphysik (Bon, 1929, Frankfurt, Klostermann, 1973), exatamente porque a metafísica no tempo de Kant era alvo de descrédito e de desprezo, exatamente porque fora alvo de lutas internas, disputas intermináveis, sem a obtenção de unanimidade em nenhuma tese; Einfuhrung in die Metaphysik, (Tubingen, 1953; 1976), é a versão publicada de um curso de palestra que ele deu no verão de 1935 na Universidade de Freiburg. A novidade do Discurso de posse está na tentativa de definir melhor a “mobilização” espiritual que possa sobrepujar e, assim, desconstruir a vontade de poder de Nietzsche e que permita retomar, em termos de um poder superior, a crítica do projeto científico e técnico do mundo iniciada por Ernest Jünger. Porém, saíra o trabalho fundamental de Heidegger, Ser e Tempo (Sein und Zeit). Com este livro, um trabalho que, embora quase impossível de se ler, foi imediatamente considerado da maior importância.
Depois de uma breve hesitação, Heidegger reconheceu, ainda na sua primeira fase, ser um engano considerar a filosofia uma ciência. Mas foi só na segunda fase, como veremos adiante, que ele teve plena clareza desse engano, tal como cometido inicialmente por Platão e Aristóteles, e perpetuado por Hegel - veja-se a sua Ciência da Lógica (cf. Hegel, 1995) - e por Husserl - considere-se a sua concepção da fenomenologia transcendental como ciência rigorosa a priori e universal, depositária, tal como a fenomenologia de Hegel, do saber sobre o absoluto. Sim, a metafísica como ciência rigorosa acabou para Heidegger. Na perspectiva aberta por Kant, essencialmente antiplatônica, depois de passar por Nietzsche, outro pensador também empenhado em reavaliar o platonismo, o positivismo e o biologismo, a metafísica ficou reduzida, no essencial, à lógica formal, acompanhada da semântica e ampliada pela ciência empírica.
De outra parte, Heidegger influenciou fortemente Jean-Paul Sartre, na França, e outros existencialistas e, apesar dos protestos de fé do próprio Heidegger, ele foi considerado, por força deste livro, como um líder do “existencialismo ateu”. Entretanto, entre os intelectuais ingleses, mais avessos aos modismos do Continente, sua recepção foi um tanto fria, e sua influência foi insignificante por várias décadas. A obra seria seguida de uma segunda parte, que, no entanto, não apareceu, já que os resultados alcançados na primeira parte impediam o seu desenvolvimento. É dedicada a Husserl, que posteriormente não a aprovou, o que ocasionou o rompimento entre ambos. Heidegger, no entanto, afirmava trabalhar com o método fenomenológico. Contudo, a obra completa de Heidegger foi editada na Alemanha em 70 volumes.
            Pois o homem pode pensar à medida que tem a possiblidade para tal. Tal ser-possível, de acordo com Heidegger, porém, “ainda não nos garante que o possamos”. Pois ser na possiblidade de algo quer dizer: permitir que algo, segundo seu próprio modo de ser, venha para junto de nós; resguardar insistentemente tal permissão. Sempre podemos somente isso para o qual temos gosto - isso a que se é afeiçoado, à medida que o acolhemos. Verdadeiramente só gostamos do que, previamente e a partir de si mesmo, dá gosto. E nos dá gosto em nosso próprio ser à medida que tende para isso. Através desta tendência, reivindica-se nosso próprio modo de ser. A tendência é conselheira. “A fala do aconselhamento dirige-se ao nosso próprio ser, para ele nos conclama e, assim, nos tem”.
Na verdade, ater significa: “cuidar, guardar”. O que nos atém ao modo de ser aí nos atém somente na medida em que nós, a partir de nós mesmos, guardamos isso que nos atém. Nós o guardamos, se nós o deixamos fugir da memória. A memória é a concentração do pensamento. Em relação a que? Em que medida isso que nos atém precisa ser cuidadosamente pensado? À medida que, por si mesmo, é o que cabe pensar cuidadosamente. Se isso é assim pensado, então é presenteado com o pensar da lembrança. Nós lhe presenteamos o pensamento que recorda porque dele gostamos como sendo a palavra conselheira de nosso modo próprio de ser. Defendemos a tese singular: “só podemos pensar se temos gosto pelo que em si é o que cabe pensar cuidadosamente” (cf. Heidegger, 2007: 111 e ss.).
Para Heidegger, o tempo em Marburg trouxe a chance surpreendente - os teólogos do lugar chamavam isso de Kairós, “a grande oportunidade” - de um tipo em especial de propriedade. Um encontro que - como mais tarde admitirá sua esposa Elfride - se tornou a paixão de sua vida. Em começos de 1924 chegara a Marburg,
uma estudante judia de 18 anos, querendo estudar com Bultmann e Heidegger. É Hannah Arendt. Vinha de uma boa família judia assimilada de Königsberg, onde crescera. Já aos catorze anos sua curiosidade filosófica despertou. Leu a Crítica da Razão Pura, de Kant, dominava grego e latim tão bem que aos dezesseis anos fundou um círculo de estudos e leituras de literatura antiga. Ainda antes dos exames de finais do liceu, que frequentara em Königsberg como aluna externa, ela ouvira Romano Guardini, em Berlim, e lera Heidegger. Para ela, filosofia tornara-se uma aventura. Em Berlim também ouvira falar em Heidegger. Mais tarde escreverá a respeito: ´O boato dizia bem simplesmente: o pensar voltou a ser vivo, os tesouros culturais do passado que se julgavam mortos falam, e vê-se que produzem coisas bem diferentes do que, desconfiados, suspeitávamos. Existe um mestre; talvez se possa aprender o pensar... esse pensar que emerge como paixão do simples fato de ser-nascido-no-mundo e ... (podendo) ter tão pouca finalidade... quanto a própria vida`” (cf. Safranski, 2005: 174).  
                                                 
   1934: Martin Heidegger, reitor da Universidade de Freibourg, usando a insígnia do Partido Nazista.
            Do ponto de vista político-ideológico Heidegger inscreveu-se, e filiou-se ao partido Nazi. O termo Nazi é uma contração da palavra alemã (NA)tionalso(ZI)alist (Nacional Socialista), refletindo a ideologia do NSDAP em 1 de maio de 1933 (ano da chegada ao poder de Adolf Hitler), tendo posteriormente sido nomeado reitor da Universidade de Freiburg, pronunciando o discurso político: A Autoafirmação da Universidade Alemã. Porém, pouco depois se demitiu do cargo de reitor, se colocando contra a perseguição, de cunho antissemita, a professores da universidade (cf. Farias, 1988). Martin Heidegger teve como aluna a judia Hannah Arendt (cf. Braga, 2011), que se tornou também uma importante filósofa do século XX, com quem “se envolveu amorosamente” (cf. Ettinger, 2007).
            A lógica dos que não querem que a questão do nazismo seja colocada em relação a Heidegger é, desde 1945, ultra-substancialista, ou seja, pouco importa quem tenha apoiado, onde tenha publicado, de quem tenha aceitado ajuda, pois conta apenas a pureza acima de qualquer suspeita de sua meditação anterior: Heidegger seria como uma mônada que, na sociedade hitlerista, teria o estranho privilégio de não refletir nem exprimir qualquer ponto de vista, pois,
a Universidade alemã reivindicara, com Humboldt, autonomia em relação ao Estado. Ei-la submissa, expurgada, controlada pelos SA e SS. As disciplinas aparentemente mais abstratas, ao menos interessantes para os ideólogos, como a linguística e a filosofia, são objeto de um remanejamento calculado e vigiado. Haverá uma linguística ariana e departamentos na mão dos SS. É nesse universo que as análises heideggerianas da linguagem, da verdade ou da poesia se desenvolvem e são publicadas (...). Há, portanto uma circulação permanente entre os setores mais inquietantes do aparelho de Estado e as pesquisas universitárias mais ´desinteressadas`: a ontologia se faz política diante de nossos olhos” (cf. Farias, 1988: 16).
            Em 1988, os meios acadêmicos da França reagiram com inusitado furor quando o chileno Victor Farias publicou Heidegger et le nazisme (Éditions Verdier, 1987), um estudo brilhante que descreve e explica através de fontes documentais, como por exemplo: Document-Center/Berlim-Dahlem, as implicações da adesão ao nazismo do filósofo Martin Heidegger no interior de sua filosofia. Essas reações demonstraram, antes de tudo, que esses círculos já estavam preparados para defender a filosofia de Heidegger como um “sistema autônomo e couraçado contra influências internas e externas das posições políticas de seu próprio autor”.  Parecia importante aos acadêmicos preservar a ideia de que um “grande pensador” pudesse aderir ao nazismo sem ter as produções de seu intelecto afetadas, garantindo uma continuidade da assimilação de seus pensamentos sem restrições pelos contemporâneos. Por extensão, qualquer artista ou intelectual de alguma estatura que tivesse colaborado com o nazismo poderia ter suas obras consumidas na atualidade sem contraindicações.
Do ponto de vista político, a grande contribuição de Ingmar Bergman para o cinema internacional é este O Ovo da Serpente (Das Schlangenei, EUA/ALE, 1978) filmado no período em que ele esteve refugiado na Alemanha por causa de problemas com o fisco sueco. Unindo os resultados da sua leitura do emblemático livro “1984”, do escritor inglês Arthur Blair (1903-1950), mais conhecido pelo pseudónimo George Orwell e da sua visão direta sobre as consequências funestes do nazismo alemão, Bergman analisa em profundidade “como as pessoas são manipuladas por estímulos das mais diversas ordens”. Toma como cenário das suas teses a história viável do que teria ocorrido, nos anos 1920, e início dos anos 1930, em pequenas vilas alemãs, onde as pessoas eram estimuladas por gases, com as suas reações analisadas e posteriormente controladas. Eram permanentemente vigiadas por câmeras nos seus locais de trabalho (cf. Lacoue-Labarthie, 1987). Ali estava a origem (o próprio ovo da serpente) do geral condicionamento do povo alemão contra os judeus, com as atrocidades hoje conhecidas como o genocídio dos campos de concentração. Os acontecimentos expostos em O Ovo da Serpente tornaram-se banalizados e consentidos nos dias de hoje, em que é evidente o soft domínio das ações humanas pelos meios de comunicação e por órgãos governamentais.
No artigo “Ainda Heidegger e o nazismo”, por exemplo, o acadêmico francês Pierre Aubenque estranhou que a denúncia do nazismo de Heidegger fizesse mais barulho em 1988 que em 1933 e, como ilustração, lembrou que Jean-Paul Sartre, “o primeiro e mais célebre discípulo francês de Heidegger [que] estava neste momento em Berlim, e devia ler os jornais”.  De fato, Sartre estudava a fenomenologia de Husserl em Berlim, mas bastante alheio ao que se passava a seu redor. A política só passou a ocupar seu pensamento com a mobilização e ele só veio a ler Heidegger quando foi internado num campo de prisioneiros. Em 1944, Sartre defendeu Heidegger dos críticos comunistas, “tentando separar sua filosofia de seu engajamento nazista”. Fazia uma autodefesa, na medida em que se considerava influenciado pelo pensamento de Heidegger. No entanto, a diferença que o excluía deste pensamento foi revelada pelo próprio Heidegger, ao recusar recebê-lo para uma entrevista.
Mutatis mutandis, Heidegger considerava o seu método pari passu fenomenológico e hermenêutico. Melhor dizendo,
ontologia e fenomenologia não são duas disciplinas distintas da filosofia ao lado de outras. Ambas caracterizam a própria filosofia em seu objeto e em seu modo de tratar. A filosofia é uma ontologia fenomenológica e universal que parte da hermenêutica da presença, a qual, enquanto analítica da existência, amarra o fio de todo questionamento filosófico no lugar de onde ele brota e para onde retorna” (Heidegger, 2008: 78, grifos do autor).
Ambos os conceitos referem à intenção de dirigir a atenção, a circunvisão, ou seja, para trazê-lo à luz daquilo que na maior parte das vezes se oculta naquilo que na maior parte das vezes se mostra, mas que é precisamente o que se manifesta nisso que se mostra. Assim, o trabalho hermenêutico visa interpretar o que se mostra pondo a lume isso que se manifesta aí, mas que, no início e na maioria das vezes, não se deixa ver. O método vai diretamente ao fenômeno, procedendo à sua análise, pondo a claro o modo como da sua manifestação. Heidegger afirma que esta metodologia corresponde a um modelo kantiano, ou copernicano da colocação ou “projeção da perspectiva”.
A “circunvisão” movimenta-se nas remissões conjunturais de um nexo instrumental à mão. Ela própria, por sua vez, é submetida à direção de uma supervisão, mais ou menos explícita, do todo instrumental de cada mundo de instrumentos e de seu correspondente mundo circundante público. A supervisão não é apenas um ajuntamento posterior de seres simplesmente dados. O essencial da supervisão é a compreensão primária da totalidade conjuntural, dentro da qual a ocupação de fato sempre se coloca. A supervisão, que ilumina a ocupação, recebe sua “luz” do poder-ser da presença, em virtude do qual a ocupação existe como cura. Assim, através de uma interpretação do que se vê, a circunvisão “supervisora”, própria da ocupação, coloca mais perto da presença aquilo que, em cada uso e manejo, está à mão.  Chamamos de reflexão a aproximação específica que interpreta, numa circunvisão, aquilo de que se ocupa. O seu esquema característico é: “se-então”, se isto ou aquilo, por exemplo, deve-se produzir, deve ser retirado do uso ou guardado, então se faz necessário este ou aquele meio, caminho, circunstância e ocasião.
Neste sentido, a sua metodologia opera uma inflexão do ponto de vista, na medida em que o foco deveria ser desviado do dasein para o ser. Esta inflexão focaliza os modos de ser do ente, correspondendo a uma inversão da ontologia tradicional. Além da sua relação com a fenomenologia, a influência de Heidegger foi igualmente importante para o existencialismo e desconstrutivismo. O termo estruturalismo tem origem no Cours de linguistique générale de Ferdinand de Saussure (1916), que se propunha a abordar qualquer língua como um sistema no qual cada um dos elementos só pode ser definido pelas relações de equivalência ou de oposição que mantém com os demais elementos. Esse conjunto de relações forma a estrutura.
Vale lembrar que ser “estruturalista” não é nada simples na história contemporânea da filosofia. Louis Althusser é considerado um dos principais nomes do estruturalismo francês dos anos 1960, juntamente com Claude Lévi-Strauss, na Antropologia, Jacques Lacan, na Psicanálise, Michel Foucault, acerca da “genealogia do saber”, ou Jacques Derrida, do ponto de vista da “metafísica da presença” e outros, como aparece em Elementos de Autocrítica. Porém, entendemos que Althusser não é estruturalista, enquanto aquele que apreende a realidade social como um “conjunto formal de relações”, pois seu pensamento é marcado fortemente por Benedito Spinoza, um dos grandes racionalistas do século XVII, dentro da chamada filosofia Moderna, juntamente com René Descartes e Gottfried Leibniz. Marxista, filiou-se ao PCF - Partido Comunista Francês em 1948.
Entre alguns dos importantes eventos históricos do “movimento desconstrutivista” estão o concurso internacional parisiense do Parc de la Villette, especialmente as participações de Jacques Derrida, Peter Eisenman e o primeiro colocado, Bernard Tschumi, a exposição de 1988 do Museu de Arte Moderna (MoMA) de Nova Iorque, Deconstructivist Architecture, organizada por Philip Johnson e Mark Wigley, e a inauguração em 1989 do Wexner Center for the Arts em Columbus, Ohio, projetado por Peter Eisenman. No entanto, o termo “desconstrutivismo” perdurou, e seu uso atual, de fato, abarca uma tendência geral dentro da arquitetura contemporânea. Inicialmente, alguns dos arquitetos conhecidos como desconstrutivistas foram influenciados pelas ideias do filósofo francês Jacques Derrida. Eisenman manteve um relacionamento pessoal com Derrida, mas mesmo assim sua abordagem ao projeto arquitetônico se desenvolveu muito antes de tornar-se um desconstrutivista.
É habitual dividir a produção filosófica de Heidegger em duas partes, uma até ao final da década de 1920, outra a partir daí. Por vezes considera-se também uma terceira anterior à produção de O Conceito de Tempo (conferência proferida em 1924, mas publicada apenas em 1983, em francês). Assim é comum falar-se do “primeiro” ou do “segundo” Heidegger, conforme se faz referência às suas produções anteriores ou posteriores ao seu livro Da essência da Verdade, escrito em 1930, embora a publicação seja de 1943. Ou, de “três momentos” como ocorre com o discípulo de Luigi Pareyson, Gianni Vattimo. Graduou-se em Filosofia, na cidade de Turim, em 1959. Especializou-se em Heidelberg, Alemanha, com Karl Löwith e Hans-Georg Gadamer, cujo pensamento introduziu na Itália. Como filósofo Gianni Vattimo fala de três momentos da filosofia de Heidegger, porém a divisão da filosofia de Heidegger em momentos não é pacífica. Há quem recuse a divisão, defendendo a continuidade do seu pensamento.
O ponto de partida do pensamento de Heidegger, principal representante alemão da filosofia existencial, é o problema do “sentido do ser”. Heidegger aborda a questão tomando como exemplo o ser humano, que se caracteriza precisamente por se interrogar a esse respeito. O homem está especialmente mediado por seu passado: o ser do homem é um “ser que caminha para a morte” e sua relação com o mundo concretiza-se a partir dos conceitos de “preocupação”, “angústia”, “conhecimento” e “complexo de culpa”. O homem deve tentar “saltar”, fugindo de sua condição cotidiana para atingir seu verdadeiro “Eu”. Entretanto a questão sobre o sentido do ser é a mais universal e a mais vazia. Ela abriga igualmente a possibilidade de sua mais aguda singularização em casa presença. Pois é necessário,
um fio condutor concreto a fim de se obter o conceito fundamental de ´ser` e de se delinear a conceituação ontológica por ele exigida, bem como suas derivações necessárias. A universalidade do conceito de ser não contradiz a ´especialidade` da investigação, qual seja, a de encaminhar-se, seguindo a interpretação especial de um ente determinado, a presença. É na presença que se há de encontrar o horizonte para a compreensão e possível interpretação do ser. Em si mesma, porém, a presença é ´histórica`, de maneira que o esclarecimento ontológico próprio deste ente torna-se sempre e necessariamente uma interpretação ´referida a fatos históricos`” (Heidegger, 2008: 79).
Findar não diz necessariamente completar-se. Torna-se assim mais urgente a questão: Em que sentido a morte deve ser concebida como findar da presença?
Findar significa, de início, terminar, e isso num sentido ontológico diverso. A chuva acaba. Ela não mais está aí. Esse findar não faz com que o caminho desapareça. Esse terminar qualifica o caminho como algo simplesmente dado. Findar enquanto terminar pode, pois, significar: passar a não ser mais simplesmente dado ou só ser simplesmente dado com o fim. Esse último findar pode, por sua vez, ou determinar um ser simplesmente dado que está inacabado - caminho em construção está interrompido - ou construir o ´acabamento` de um ser simplesmente dado - com a última pincelada, acaba-se o quadro” (Heidegger, 2008: 319).
Historicamente as bases de sua filosofia existencial foram expostas em 1928, na obra inacabada Ser e Tempo, 1927, publicada em Marburgo, que o tornou célebre fora dos meios universitários. Oriundo de uma família humilde, Heidegger pôde completar sua formação primária “graças a uma bolsa eclesiástica, que lhe permitiu também iniciar estudos de teologia e de filosofia”. Profundamente influenciado pelo estudioso de fenomenologia Edmund Husserl, de quem foi assistente após a Primeira grande Guerra (até 1923), começou então seus estudos no seio da corrente existencialista.
Embora sempre tenha vivido em Friburgo, exceto nos cinco anos em que foi professor em Marburgo (recusou uma proposta para Berlim), cedo se tornou um dos filósofos mais conhecidos e influentes, influência essa que se estendeu mesmo à moderna teologia de Karl Rahner ou Rudolf K. Bultman. Sua disponibilidade para colaborar com o regime nazista, após a tomada de poder por Hitler, em 1933, aceitando o lugar de reitor em substituição a outro vetado pelos nazistas, abalou seu prestígio. Também contribuiu para isso o fato de equiparar o “serviço do saber” na escola superior ao serviço militar e funcional. Em 1946, as autoridades francesas de ocupação retiraram-lhe a docência, que lhe foi restituída em 1951.
Outras importantes obras suas são Introdução à Metafísica (1953) que é marcada por sua insistência em apelar para uma radicalização do pensamento metafísico tornando-o um dos filósofos mais célebres do século XX. Palavras como physis (em grego, “natureza”), dasein (em alemão, “ser-aí”), ousia (“substância” ou “essência” grega) e zeit (“tempo”, alemão), por exemplo, fazem parte de um vocabulário que já não é mais o dos helenos e alemães, mas sim heideggeriano. Isso porque, a linguagem, para ele, será o elemento mais característico da essência humana. E só através de uma linguagem apropriada pode aflorar a verdade de todas as coisas, pondo às claras o fundamento de tudo. A metafísica de Heidegger procurava, então, retomar o questionamento do ser e a busca de seu fundamento, por intermédio da linguagem originária.
Nesse sentido, a linguagem, comparada ao logos helênico, é a base do real sobre a qual os fenômenos se expõem com clareza. O homem, enquanto portador da língua, é um ser privilegiado para responder como o “ser-aí” deve ser compreendido na sua condição temporal. Contra a vertente aristotélica da metafísica, que faz com que o homem perca sua humanidade, ao ser considerado um ente entre os demais, Heidegger procura mostrar que as relações das coisas existentes é provisória e atrelada ao tempo em que elas ocorrem. O fenômeno, ao manifestar-se no tempo, portaria o sentido do ser. Temos assim o homem como aquele ser portador da verdade e que sua essência seria a preservação dessa verdade, por intermédio de um pensar radical, calcado na origem do pensamento pré-socrático. A nova metafísica proposta por ele supõe haver um único significado autêntico do ser, a saber, aquele cuja essência se encontra na temporalidade própria. Qualquer outra forma de reconhecimento do ser, baseada numa técnica de pesquisa científica, provocaria o esquecimento e a ocultação da verdade do ser.
O conceito de Dasein, traduzido por “ser-aí”, como vimos, assume um papel fundamental na metafísica Heideggeriana. É o “ser-aí” que permite o entendimento do ser, a partir do próprio ser em três níveis de conhecimento. No nível ôntico, o “ser-aí” seria determinado pela presença do ser, entre os entes. No estágio ontológico, o “ser-aí” é compreendido como existência num tempo determinado, “aí”, fundamentando o ser. Por fim, na esfera ôntico-ontológica, o “ser-aí” determinar-se-ia pelo ser em sua atuação no mundo, princípio de realização de todas as ontologias tradicionais. A despeito dessas três etapas de conhecimento do ser, Heidegger vai propor uma nova ontologia que se funde na verdade do ser irredutível a sua entificação e prática cotidiana. “Ser-aí” é aquilo que é característico do homem. Só o homem, na concepção heideggeriana, existe como um “ser-aí” capaz de revelar-se, sem se esgotar ou identificar com ele. O homem teria a possibilidade de trazê-lo à luz e apresentar-se enquanto tal, ou seja, sendo um ser que se mostra no tempo. Por ser dotado de linguagem, o homem tem a condição necessária para a manifestação de o próprio ser no tempo, não como objeto tradicional das ciências e filosofia ocidental, mas na forma de uma subjetividade entrelaçada, na qual sujeito e objeto se mesclam em um pensamento originário.
Talvez essa seja a grande contribuição crítica de Heidegger à filosofia. Ele foi: a)  um dos primeiros a tentar superar a relação Sujeito-Objeto, na qual a filosofia - notadamente a Teoria do Conhecimento - havia se detido. E ainda, b) foi pioneiro ao propor uma alternativa para o impasse para o qual a modernidade caminhava, apontando as dificuldades que tal dicotomia proporcionava à compreensão metafísica do ser. E principalmente, c) ao chamar atenção para a linguagem como veículo de manifestação do ser, Heidegger queria dizer que tanto nos significados das palavras, como nos sons que elas transportavam, haveria um ser que fala por intermédio da língua.
Em Introdução à Metafísica (1953), ele irá propor a pergunta metafísica fundamental “porque há simplesmente o ser e não antes o nada?” justamente para mostrar que toda confusão imposta ao conhecimento do ser ocorre por se supor que o nada “nadificante” possa existir em algum ente. Para Heidegger, essa noção de nada seria capaz de obscurecer o ser ao se tornar mais um ente entre os outros, fator pelo qual a questão metafísica fundamental não pudera ser respondida, até então, pela filosofia ocidental. Além disso, embora Heidegger já tivesse um renome respeitado no continente europeu, jamais ele escrevera uma obra com o teor explicitamente “humanístico” e “ético”. Sua vinculação ao partido nazista, até o final da guerra, tornava ainda mais suspeita as intenções do autor de Ser e Tempo. Diante desse cenário, Jean Beaufret, existencialista francês que tentava relacionar a obra de Heidegger ao existencialismo, escreve uma carta pedindo ao pensador alemão que ele esclarecesse qual significado poder-se-ia dar ao humanismo abalado por duas guerras mundiais sucessivas.
Portanto, Carta Sobre o Humanismo é a resposta dada por Heidegger às indagações de Beaufret. Em linhas gerais, o filósofo alemão irá propor, tendo por base o fragmento 119 de Heráclito, que a ética abandone o moralismo superficial e o legalismo dos códigos de costumes e procure encontrar a sua raiz na morada do próprio ser humano. A partir da compreensão radical da “morada do ser no homem”, seria possível entender como emergem todos os comportamentos e costumes cotidianos de cada um. Logo no primeiro parágrafo da Carta, a essência do agir - tema da ética é relacionado com o consumir e produzir que só pode se realizar naquilo que já é, ou seja, no próprio ser. No homem: a) o pensamento forneceria o acesso à linguagem e esta a manifestação da verdade do ser que o habita. Ao pensar: b) o homem pode estabelecer a relação do ser consigo mesmo. O pensar, assim, seria o engajamento numa ação que leva à verdade do ser. Para entender isso, seria preciso, segundo Heidegger, se afastar da concepção de pensamento prático e técnico oriunda de Platão e Aristóteles. Por conseguinte, c) a filosofia ocidental, pertencente a essa tradição, deveria abandonar a pretensão de conhecer os objetos e os entes de modo científico. O pensamento radical não se reduz às exigências de uma “exatidão artificial” dos sistemas teóricos, porém repousa sobre as expressões do ser exibidas em suas várias dimensões.
Ora, entendemos que à fala pertence aquilo sobre o que se fala. A fala dá indicações sobre algo e isso numa determinada perspectiva. A fala retira o que ela diz como essa fala daquilo sobre que fala como tal. Na fala, enquanto processo social de comunicação, isso é o que se torna acessível à co-presença dos outros, na maior parte das vezes, através da verbalização da língua.  O que no apelo da consciência constitui o referido da fala, ou seja, o interpelado? Manifestamente a própria presença. Essa resposta é tão indiscutível quanto indeterminada. Mesmo que o apelo tivesse uma meta tão vaga, ele ainda seria para a presença um motivo de prestar atenção a si mesma. Pertence à presença, no entanto, de modo essencial, que, com a abertura de seu mundo, ela está aberta para si mesma, de tal modo que ela sempre já se compreende. O apelo alcança a presença nesse movimento de sempre já se ter compreendido na cotidianidade mediana das ocupações. O impessoalmente si mesmo do ser-com com os outros é também alcançado pelo apelo.    
A interpretação existencial da consciência deve expor um testemunho de seu poder-ser mais próprio que está sendo na própria presença. O testemunho da consciência não é um anúncio indiferente, mas uma “apelação apeladora” do ser e estar em dívida. O que se testemunha é, pois “apreendido” no ouvir que compreende o apelo sem deturpações, no sentido por ele mesmo intencionado. Apenas a compreensão do interpelar, enquanto modo de ser da presença propicia o teor fenomenal do que é testemunhado no apelo da consciência. Caracterizamos a compreensão própria do apelo como querer-ter-consciência. Esse deixar o si-mesmo mais próprio agir em si por si mesmo, em seu ser e estar em dívida, representa do ponto de vista fenomenal, “o poder-ser próprio, testemunhado na presença”. A sua estrutura existencial deve ser agora liberada numa exposição. Somente assim penetraremos na constituição fundamental da propriedade da existência que se abre na própria presença. Enfim, enquanto compreender-se no poder-ser mais próprio, “o querer-ter-consciência é um modo de abertura da presença”. Além do compreender, esta se constitui de disposição e fala. O compreender existenciário significa: projetar-se para a possibilidade fática cada vez mais própria do poder-ser-no-mundo. Poder-ser, porém, só pode ser compreendido em existindo nessa possibilidade.  Veillons!

Bibliografia Geral Consultada.
OTT, Hugo, Martin Heidegger. Éléments pour une biographie. Paris: Payot, 1990; JANICAUD, Dominique, L`ombre de cette pensée. Paris: Jerôme Millon, 1990; LACOUE-LABARTHE, Philipe, La fiction du politique. Paris: Bourgois, 1987; FARIAS, Victor, Heidegger et le nazisme. Paris: Verdier, 1987; FERRY, Luc & RENAULT, Alain,  Heidegger et les Modernes. Paris: Gallimard, 1988; Idem, Système et critique. Édition révisée, Ousia, 1992; BOURDIEU, Pierre, Ontologia Política de Martin Heidegger. São Paulo: Papirus, 1989; NESKE, Gunther; KETTERING, Emil (ed.), Martin Heidegger and the Nationalsocialism. Nova York: Paragon House, 1990; LOPARIC, Zeljko, “A linguagem objetificante de Kant e a linguagem não-objetificante de Heidegger”. In: Nat. hum. V.6, n. 1. São Paulo, jun. 2004; SAFRANSKI, Rüdiger, Heidegger et son temps. Paris: Livre de poche, 2000 (Grasset, 1996); Idem, Heidegger - Um mestre da Alemanha entre o bem e mal. São Paulo: Geração Editorial, 2005a; Idem, Nietzsche. Biografia de uma Tragédia. São Paulo: Geração Editorial, 2005b; FARIAS, Victor, Heidegger e o Nazismo. Moral e Política. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988; ETTINGER, Elzbieta, Hannah Arendt/Martin Heidegger. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2007; HEIDEGGER, Martin, L’auto-affirmation de l’université allemande. Discurso proferido na cerimônia oficial de posse do cargo de Reitor da Universidade de Fribourg-em-Brisgau a 27 de maio de 1933; HEIDEGGER Martin, Réponses et questions sur l’histoire et la politique. Traduzido do alemão por Jean Launay. Paris: Mercure de France, 1988; Idem, Nietzsche. Berlim: Gunther Neske Verlag, 1961. Em francês, traduzido por Pierre Klossowski. Paris: Gallimard, 1971; HEIDEGGER, Martin. Entrevista com Martin Heidegger a Der Spiegel, gravada em 1966 e publicada apenas em 1976, após a morte do filósofo. “Folhetim”. In: Folha de S. Paulo, 15 jan. 1988; Idem, Ensaios e conferências. 3ª edição. Petrópolis (RJ): Vozes, 2006; Idem, Nietzsche I. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007; Idem, Ser e Tempo. 3ª edição. Petropolis (RJ): Editora Vozes, 2008; BRAGA, Ubiracy de Souza, “A Ideologia Fascista”. In: Jornal O Povo. Fortaleza, 4 de dezembro de 2004; HEGEL, G. W. F., Enciclopédia das Ciências Filosóficas em Compêndio. São Paulo: Loyola, 1995; Vols I-III; NIEMEYER, Oscar, The Curves of Time: The Memoirs of Oscar Niemeyer. London: Phaidon, 2000; Idem, “Oscar Niemeyer - obra prolífera”. In: Revista Stilo. Fortaleza: Diário do Nordeste, janeiro de 2010 entre outros.  

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