sexta-feira, 29 de junho de 2012

Brasil trata problema do aborto ilegal com superficialidade, avalia antropóloga

Há dez anos fazendo pesquisas sociais sobre a prática de aborto no Brasil, a antropóloga Débora Diniz, da Universidade de Brasília (UnB) e do Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero (Anis), está investigando os caminhos percorridos pelas mulheres para fazerem aborto ilegal. O objetivo do estudo, assim como o da primeira Pesquisa Nacional de Aborto (PNA), feita há dois anos, “é poder instrumentalizar a política de saúde no Brasil”.

Débora Diniz assina novos artigos na Revista Ciência & Saúde Coletiva, da Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Pública (Abrasco), a ser publicada no próximo mês. Antes de viajar para Nova York, onde participa de uma reunião de trabalho, a antropóloga conversou com a Agência Brasil sobre as políticas de saúde da mulher e o atendimento médico-hospitalar nos casos de aborto ilegal. A seguir, os trechos principais da entrevista:

Agência Brasil: Conforme os artigos da revista da Abrasco, as restrições ao aborto não têm sido eficientes nem para evitar a prática nem para proteger a saúde das mulheres. Apesar dessas evidências assinaladas há algum tempo, a percepção condenatória sobre o aborto da sociedade brasileira não muda. Por quê?
Débora Diniz: Cada vez mais caminhamos em direção a ter argumentos sólidos sobre o impacto para a saúde pública e para a saúde das mulheres do aborto inseguro e ilegal. No entanto, a realidade e as políticas públicas no Brasil mudaram muito pouco, e são argumentos contrários que sustentam esse marco restritivo, esses argumentos que pararam no tempo. Argumentos de ordem moral e de ordem religiosa que sustentam que o aborto deva ser ilegal, que seria um atentado contra uma vida em potencial.

ABr: Um dos artigos da revista aponta que nas reportagens e matérias sobre aborto há mais fontes de informação masculinas do que femininas, há muito mais religiosos do que cientistas ouvidos. Isso contribui para a visão restritiva?
Débora: O artigo faz uma análise do enquadramento da mídia, da imprensa brasileira durante as eleições de 2010. O texto mostra que há uma total superficialidade no enfrentamento da questão. Além disso, mostra que as vozes que são convidadas a falar sobre aborto ou opinar são homens, autoridades religiosas, essencialmente católicas. Isso mostra uma longa permanência de quem são as vozes autorizadas a falar com os políticos sobre o aborto no Brasil.

ABr: O quanto dessa visão restritiva pode favorecer a mortalidade das mulheres e o mau atendimento médico-hospitalar?
Débora: O que esse número especial da Revista Ciência & Saúde Coletiva mostra é uma série de estudos sistemáticos com evidências científicas sobre os impactos do aborto ilegal para a saúde das mulheres. Essencialmente o que esses estudos mostram? O primeiro é que uma em cada cinco mulheres aos 40 anos já fez pelo menos um aborto. Isso significa que o aborto é um fato, um fenômeno, um evento comum na vida de mulheres também comuns. O que os estudos mostram é que metade dessas mulheres utiliza medicamentos para fazer aborto, e a outra metade precisou ficar internada para terminar o aborto. Isso significa um enorme impacto nos sistemas de saúde para a realização de um aborto que foi iniciado em condições inseguras, ilegais, com medo e redes de suporte que muitas vezes não sabemos como se constituem. Não sabemos onde as mulheres têm acesso aos medicamentos, como fazem uso das doses e em que momento decidem ir ao hospital. No entanto, sabemos que quando essas mulheres chegam aos hospitais enfrentam nova barreira. Barreira de riscos de discriminação, maus-tratos e de abandono pelos serviços de saúde. Alguns estudos do número temático mostram que, quanto mais jovem a mulher, maior o risco de maus-tratos nos hospitais. Até porque elas, comparadas às mais velhas, são diretamente as que contam mais a verdade para os médicos e enfermeiras. Ignorar esse conjunto de dados é ignorar evidências que são capazes de alterar não só a proteção aos direitos humanos das mulheres no Brasil, como a garantia ao direito à saúde.

ABr: Até que ponto a visão mais restritiva afeta as atitudes dos médicos na rede pública?
Débora: Há no Brasil um movimento, não só no Brasil, mas na América Latina, crescente que se chama Recurso de Assistência às Mulheres em Situação de Aborto. Esse é um exemplo dessa visão moralista. As mulheres chegariam [a hospitais] em processo de abortamento e os médicos, ao identificar e saber por elas que induziram o aborto em situação ilegal, deixariam-nas em processo de sofrimento como expiação [penitência] de uma culpa. Há outros relatos de serviços de aborto legal, previsto em lei, e médicos, anestesistas vêm recorrentemente alegando objeção de consciência, recurso de assistência por razões morais para não atender às mulheres em situação de aborto. Me parece que há um equívoco importante dentro desse debate, o direito à liberdade de crença, de que suas crenças morais e individuais devem ser inalienáveis a todos nós. No entanto, a assistência, o dever da proteção ao direito à saúde em um hospital público, ao serviço de aborto legal, serviço previsto em lei, deve ser soberano e inalienável às mulheres. Serviços de saúde têm que garantir a assistência das mulheres. Se médicos individuais têm resistência ao aborto, que isso possa ser negociado, não vão ao serviço e não componham essas equipes. Mas, uma vez que essa mulher entra no serviço, ela tem que ser atendida sem qualquer imposição de barreira.

ABr: Além do microcosmo do hospital, essa visão moralista influencia os nossos tomadores de decisão. Por quê?
Débora: Porque nós estamos falando de estruturas de poder. As comunidades religiosas cada vez mais têm maior participação na esfera política brasileira, não só na esfera pública. O aborto é uma moeda de troca como todas as questões relacionadas à sexualidade. Um fenômeno muito parecido vimos no episódio dos kits anti-homofobia [após pressão de grupos religiosos, o governo suspendeu a produção do material que seria distribuído nas escolas].

ABr: Há diferença de comportamento quanto ao aborto entre mulheres de classes, idade e estado civil diferentes?
Débora: Na Pesquisa Nacional de Aborto, quando nós cobríamos todo o Brasil urbano, encontramos mulheres com os três extratos educacionais que igualmente abortavam. O que alguns estudos mostram é que mulheres com menor nível educacional abortam com práticas de maior risco do que aquelas com escolaridade mais elevada. Mas esses são estudos que cruzam com amostras muito pequenas e localizadas.

Fonte: 
http://www.opovo.com.br/app/maisnoticias/brasil/2012/06/24/noticiasbrasil,2865371/brasil-trata-problema-do-aborto-ilegal-com-superficialidade-avalia-antropologa.shtml

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quinta-feira, 28 de junho de 2012

O pensador que engajou a filosofia na política



Disse o general de Gaulle, quando lhe sugeriram deter Sartre, devido à campanha que ele conduzia em prol da deserção dos convocados para lutar na Argélia: “Não se prende Voltaire”. Quisesse-o ou não Sartre, ele era o Voltaire do século 20. Assumia as grandes causas.
Centenários não significam nada, em si mesmos. Servem apenas de pauta a jornais. Não é porque alguém completa um século que sua obra continua – ou não – viva. Parece ser esse o caso de Sartre (nascido em 1905), que perdeu muito do peso que teve em meados do século XX. Embora alguns continuem a celebrá-lo, como Roberto Amaral (ver boxe), e uma diretora se surpreenda ao ver lotar um teatro para a representação d’O Diabo e o Bom Deus, em São Paulo, essa surpresa já diz tudo. Sartre não tem o impacto que já foi seu.
Mesmo assim… Uma honra ninguém lhe retira: ele mudou a relação do filósofo com a política. Antes dele, antes de 1945 e da fundação da revista Les Temps Modernes, foi parca a ligação que tivemos dos filósofos modernos com o mundo democrático. Houve Marx, houve alguns filósofos britânicos e um retumbante silêncio do pensamento continental europeu ou do analítico.
Com Sartre, a coisa muda de figura. Com a tese do engajamento (que no Brasil foi traduzido, por um longo tempo, como empenho e seus derivados: a literatura empenhada, dizia-se), a filosofia inicia uma ligação forte com a política democrática. O presente dossiê, com cinco pensadores do último meio século tratando de como a filosofia age na política, seria impensável sem Sartre.
É claro que, antes de Marx, tivemos Rousseau, pensador democrata como poucos, e Locke, filósofo liberal, mas nenhum deles escreveu no interior de um ambiente democrático. Aliás, uma das críticas dos liberais a Rousseau é que ele radicalizou sua teoria justamente por escrever na ausência de uma política democrática: no Antigo Regime francês, o papel dos intelectuais – ou do povo – na definição das políticas de Estado era baixíssimo. O que nos interessa, portanto, é: desde que começa a democracia moderna, quem filosofa a seu respeito?
Ora, desde que começamos a ter democracia e salvo as exceções que já mencionei, o vínculo da filosofia com ela é hostil (Schopenhauer, Nietzsche) ou fraco, quase inexistente (o melhor que se pode dizer, em favor do Heidegger, reitor de Freiburg que bradava Heil Hitler, é que ele não entendeu bem o que era o nazismo). Como fica então a questão do filósofo que, não apenas enquanto cidadão, mas na qualidade mesma de pensador, é democrata? Como fica a própria questão da filosofia política, que deixa de dizer o que um grande Ele (o rei, o imperador) pode ou deve fazer, para enunciar o que nós, cidadãos, incluindo o pequeno ele/eu que é o próprio filósofo, podemos ou devemos fazer?
Pois há pouco a respeito antes de Sartre. Ele mesmo não é um filósofo político de primeiro momento – tanto assim que permanece em Paris sob a ocupação nazista: se estivesse mais carimbado à esquerda, talvez não pudesse, por exemplo, estrear peças de teatro naquele período (“Durante a Ocupação, fui um escritor que resistia, não um resistente que escrevesse.”). No entanto, sua filosofia não é estranha à sua política. Antes de mais nada, talvez, porque afirmou várias vezes que desejava escrever uma grande obra que seria uma ética. E essa ética jamais esteve longe da política.
Tomemos umas idéias elementares do existencialismo sartriano. Se para Heidegger o homem é um ser para a morte, e sua angústia a isso se vincula, para Sartre o que nos angustia é a ação. Daí, por sinal, a explicação de algo à primeira vista complexo, que é a tese de que Deus não existe. Essa idéia não se confunde com o mero ateísmo. Deus não existe porque não tem existência: existir é sair para fora, é -“ex-istir”. Ora, Deus – se Ele é 1– é essência. Ora, o homem existe justamente porque não tem essência. Essa, a grande diferença entre nós e Ele. Por isso, o homem é sua ação: é o que faz. De ninguém se pode dizer, antes de concluída a sua vida, que é ou foi tal coisa. Somente sua morte o arremata, somente ela lhe dá um ser.
Espantará então o caráter trágico que perpassa a obra de Sartre? Essa idéia que acabo de resumir toscamente – que não se pode dizer nada de conclusivo sobre ninguém, antes de sua morte – ecoa estranhamente os últimos versos do Édipo Rei, de Sófocles. A tragédia começou – como não-tragédia, como o apogeu, quase a apoteose, do rei Édipo – com ele prometendo enfrentar e resolver o problema terrível da peste que se abate sobre Tebas. E termina com o coro proclamando: “Ora vede, habitantes de Tebas, minha? pátria! Esse Édipo que adivinhou o célebre enigma; esse homem tão poderoso que nunca invejou as riquezas dos cidadãos, por qual tormenta de terríveis desgraças foi derrubado! É por isso que, aguardando o dia supremo de cada um, jamais, antes que um homem nascido mortal atinja o término de sua vida sem haver sofrido, jamais afirmeis dele que foi feliz.”
De ninguém se pode dizer que seja feliz antes que tenha morrido, afirma o autor da mais conhecida das tragédias, daquela que no entender de Freud resumia todas as outras; de ninguém se pode dizer que seja, antes de morrer, afirma nosso filósofo. Um vazio assim se insinua, uma precariedade no âmago do humano. Vejamos a tragédia talvez mais forte de Sartre, As Mãos sujas, em que discute como o intelectual se mete na política e como isso exige que suje as mãos. Hoederer, o personagem positivo em face do pobre Hugo, diz-lhe, com um desdém não desprovido de afeto: “Como você se apega a sua pureza, meu menino! Como tem medo de sujar as mãos. Pois bem, fique puro! De que isso lhe servirá, e por que está entre nós? A pureza é uma idéia de faquires e monges. Vocês, intelectuais, anarquistas burgueses, a usam como pretexto para não fazerem nada. Não fazer nada, ficar imóvel, apertar os cotovelos contra o corpo, usar luvas. Mas eu tenho as mãos sujas. Até o cotovelo. Eu as mergulhei na merda e no sangue”.
Mas Hugo aprende. Aprende muito. Mata Hoederer, como lhe haviam ordenado os líderes de sua facção no Partido Comunista “da Ilíria”, o país mítico em que se passa essa história, só que o mata por uma bobagem, não mais por uma missão política, mas por ciúmes de sua mulher. E, o que é um arremate bem sartriano, quando no final da história os comunistas lhe perguntam se renegará o ato que cometeu, contra um Hoederer que a essa altura o Partido transformou em seu grande ídolo martirizado, ele grita: “Non récupérable”, o que podemos traduzir como “Não, eu me recuso a ser recuperado, a renegar o que fiz, a trair meu ato ainda que imbecil e sem razão”. O que ele fez, fez dele quem é. Sua ação constitui o seu minguado ser. Morre por fidelidade a ela. A tragédia tem parte com a morte, e tem parte – isso, talvez o que é mais sartriano nela – com a ação.
Agir o que é, então? É também renegar a boa consciência produzida a baixo preço. Numa passagem das Memórias de uma moça bem comportada, Simone de Beauvoir conta que, logo após conhecer — o igualmente jovem – Jean-Paul Sartre, ele demoliu, numa tarde, sentados ambos a uma mesa de café, a moral que ela havia construído para si. Duro, ele sempre foi, em especial com os salauds, os porcalhões (para preservar, na tradução, a sujeira do original). O ser humano é “condenado a ser livre”; negar isso, culpando, por exemplo, nossas paixões ou pulsões, é má-fé. A má-fé é fugir da liberdade, é negar a responsabilidade. Mas como isso se articula com a preocupação política? Pela idéia de engajamento.
A leitura mais superficial do pensamento de Sartre diz que ele defendia o engajamento. Isso é impossível. O engajamento ocorre, queiramos ou não. Nossa ação nos define; nossa inação também. Calar-se diante da injustiça é endossá-la. Daí que a diferença não seja entre o político e o apolítico: este é uma impossibilidade. Tudo é de algum modo político. E assim a preocupação política vai crescendo na obra de Sartre. Torna-se particularmente forte com o final da guerra. Les Temps Modernes, durante anos, informarão que não aceitam colaborações dos condenados à morte por colaboração com os nazistas (como se algum deles quisesse escrever! Bastante improvável).
Mas a esperança de uma França melhor logo se desfaz. Num filme de 1972-73, Français Si Vous Saviez, registra-se a lembrança de um líder da Resistência no sudoeste do país que acolhe de Gaulle depois de terem expulsado os alemães: “General, o que vamos fazer com esta França que libertamos?”. E espera ouvir que será um país mais justo, democrático. Mas de Gaulle lhe responde: “Rentrez chez vous, voltem para casa, que cuidaremos disso”. As esperanças caem e a Quarta República, que se forma no pós-guerra, tem uma chaga terrível – a guerra colonial.
É a questão das colônias que vai de certa forma governar a reflexão sartriana, bem como a vida política francesa, nos quase vinte anos que se seguem. Poucos meses após a rendição alemã, a frota francesa ataca a jovem República Democrática do Vietnã, que Ho Chi Minh havia proclamado com um belo texto que cita Thomas Jefferson. Mal termina a guerra da Indochina em 1954 e a Frente de Libertação Nacional inicia a guerra pela independência da Argélia – guerra essa que terminará por aniquilar a Quarta República e devolver o poder a de Gaulle. O general saberá dar independência às colônias e finalmente à própria Argélia, mas foram duas décadas de colonialismo pesando sobre a França. Os efeitos disso foram trágicos para a esquerda – e para a filosofia e para a própria amizade de Sartre com seus mais importantes companheiros, Albert Camus e Maurice Merleau-Ponty.
A razão para o corte é mais ou menos a seguinte: Camus e Merleau-Ponty serão muito sensíveis à sistemática supressão da liberdade efetuada no mundo soviético. Sartre, por sua vez, verá com repulsa a repressão – também sistemática – que os poderes colonial (como a França) e neocolonial (Estados Unidos) fazem sobre os povos mais pobres do mundo. Podemos dizer hoje que todos tinham razão – o que, mais uma vez, é do cerne da tragédia: esta consiste na impossibilidade de uma síntese, de um ponto de vista que não seja mais ponto de vista, que se torne universal, que integre num todo cada consideração em particular.
É verdade que o comunismo foi ditatorial, mas também é verdade que foi a única força política importante a defender a causa dos povos colonizados. É verdade que as democracias francesa, britânica e norte-americana tiveram um papel odioso no trato com o Terceiro Mundo, mas também é certo que evoluíram a partir disso, por mostrarem um respeito à liberdade, pelo menos doméstica, que faltou em outros cantos do mundo. Daí que Sartre tenha, em que pese a decepção com a invasão soviética da Hungria em 1956 (ver seu O fantasma de Stalin, que escreveu logo depois), mantido uma relação de certa proximidade com o PCF até a decepção definitiva de 1968, quando ficou claro que o Partidão francês jamais faria a revolução socialista, nem mesmo se ela lhe viesse pronta.
Qual papel resta então ao intelectual? Sartre será fortemente criticado pelo estruturalismo. Este o atacará em função, sobretudo, de sua crença na consciência; o que caracteriza as estruturas é que, nelas, a consciência pesa pouco. Ora, a consciência é relevante em toda a ética sartriana – e funda uma política que não rompe com a ética, porque mesmo chafurdar-se no sangue e na merda é uma forma de ir mais longe que a falsa ética da má-fé, aquela de quem se contenta com fazer o bem aos próximos mesmo que o preço disso seja fazer enorme mal aos distantes (aos colonizados, por exemplo, ou aos metalúrgicos de Billancourt, o ABC parisiense). Mas não é por aí que Foucault, talvez seu maior crítico dentre os intelectuais politizados (porque em boa medida o estruturalismo merecia a crítica que Sartre lhe fazia, de despolitizar as coisas), foi contra Sartre. É que este, gostasse ou não, assumiu o papel de porta-voz, de consciência moral, de grande voz de um mundo todo.
Quis Sartre esse papel? É difícil dizer, ainda mais a meio século de distância. Uma frase do general de Gaulle responde em parte a essa pergunta. Quando um ministro lhe sugeriu deter Sartre, devido à campanha que ele conduzia em prol da deserção dos recrutas convocados para lutar na Argélia, o presidente disse: “Não se prende Voltaire”. Quisesse-o ou não Sartre, ele era o Voltaire do século 20. Assumia as grandes causas.
Sartre não tinha a ironia de Voltaire – talvez fosse excessivamente sério – mas sua palavra era afiada e pretendia ser justa. Mesmo o que hoje soa injusto nele, isto é, que aceitasse sujar as mãos, que terminasse justificando os meios (a opressão comunista) pelos fins (a luta contra o colonialismo e a iniqüidade social), provinha de uma dupla opção: primeiro, pela justiça; segundo, pela verdade. É a verdade que exige assumir que as mãos, sempre, estão sujas (sempre: mesmo as mãos da “bela alma” se sujam, porque ela vive de fingir que não vê a desgraça que inflige aos distantes). Ora, essas duas opções, pela justiça e pela verdade, foram também as de Voltaire.
Daí, para terminar, o enorme paradoxo de Sartre. Ele abriu o mundo da filosofia para uma forma de pensar a política que não existiu antes. Houve, sim, filósofos democratas – na Grécia; houve, sim, filósofos participantes – Voltaire, no Antigo Regime; mas um filósofo que, no cerne de sua filosofia, discutisse a democracia no mundo atual, ninguém antes dele. Com essa abertura, porém, ele não teve posteridade que o reconhecesse como inspirador. A biografia de Foucault por Didier Eribon conta as risadinhas que, em torno do pensador mais jovem, acolheram a participação de Sartre no pós-1968. Lembram a gargalhada da mocinha no Casanova de Fellini, que zomba da tentativa do velho sedutor de, ainda, seduzir. Nada disso nos impede de reconhecer que inaugurou um modo de juntar filosofia, ética, política democrática e tragédia que continua vivo e pertinente.




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quarta-feira, 27 de junho de 2012

Secretaria das Cidades fará concurso público para 44 vagas


O secretário estadual das Cidades,  entregou, nesta terça-feira (5), ao presidente da Assembleia Legislativa, a mensagem que propõe a criação de quadros da Secretaria das Cidades e garantia de concurso público na pasta. 

A mensagem prevê a abertura de 44 vagas de nível superior. Segundo o secretário, o concurso visa à formação do quadro efetivo da Secretaria das Cidades, com a implantação de uma nova carreira de Gestão Territorial Urbana, constituída de dois cargos: analista de Desenvolvimento Urbano, que contará com 28 vagas; e analista de Desenvolvimento Organizacional, com 16 vagas. 

Para as vagas de analista de Desenvolvimento Urbano, poderão participar do concurso os graduados em Arquitetura, Engenharia Civil, Agronomia, Serviço Social, Sociologia e Geografia. 

Para as vagas de analista de Desenvolvimento Organizacional, poderão participar graduados em Administração, Ciências Contábeis, Economia, Estatística, Psicologia e Tecnologia da Informação.
Na Assembleia Legislativa, o secretário pediu regime de  urgência na aprovação. A intenção do secretário é que os concursados sejam chamados ainda este ano.


EDITAL AQUI
http://www.cetrede.com.br/%5Cdocumentos%5Cedital_sec_cid.pdf




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Reposta para o artigo "A compreensão dos fatos e a legitimidade do governo paraguaio"




ARTIGO DE JOÃO BOSCO MONTE
-A compreensão dos fatos e a legitimidade do governo paraguaio.
http://www.opovo.com.br/app/colunas/mapa-mundi/2012/06/26/noticiasmapamundi,2866648/a-compreensao-dos-fatos-e-a-legitimidade-do-governo-paraguaio.shtml 


 Caro João Bosco Monte

Acho que o senhor se equivocou
Só porque algo é legal (lícito) não significa que seja legítimo.
Como bem sabemos, legalidade e legitimidade são conceitos que nem sempre andam juntos.

Um exemplo: o Estado legalmente pode expropriar imóveis, mas não é legítimo que exproprie sem que seja pelo bem coletivo.
Um outro exemplo do que falo pode ser a primavera árabe, onde os movimentos sociais são legítimos pois possuem o reconhecimento de sua causa junto à população, mas não são legalizados pelo Estado, se tornando então "criminosos".

A vontade de uma elite politica local pode ser legalizada, mas não representa a vontade da maioria da população, portanto não é legítima.

Fernando Lugo foi vítima de um processo kafkaniano, do tipo sem direito de defesa, sem saber do que era acusado e sem possibilidade de julgamento justo.

O senhor foi no mínimo complacente com a elite econômica e tendencioso na análise. Uma pena... 

Atenciosamente



Pedro Jorge Chaves Mourão
Mestre em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará.
Pesquisador do Laboratório de Estudos sobre Política, Eleições e Mídia (LEPEM-UFC)Pesquisador do Grupo de Pesquisa sobre Cultura e Política (GeCP-UECE)  
Sociólogo MTB nº372/CE


POST SCRIPTUM:

Olha só  
http://pt.wikipedia.org/wiki/Legitimidade  e  http://pt.wikipedia.org/wiki/Legalidade 
Não precisamos ir muito longe para saber que Legitimidade não é legalidade, isso até o wikipedia sabe.
Mas acho que ele deve estar errado e eu também. 
Eu  li algumas notícias sobre a repercussão no Paraguai do Impeachment do Lugo, e agora compartilho com vocês.
Eis algumas notícias que podemos ter acesso daqui mesmo:

-A saída do Paraguai do mercosul vai ser muito boa pra eles que já tem uma economia muito superior a do restante da América Latina, com certeza. ¬¬

-O país está muito bem obrigado, o povo está até pensando em destituir seus representantes após o último evento.

3-O Diário Popular saiu do ar- http://www.diariopopular.com.py/?q=titulares
-E um dos jornais de maior circulação de lá está fora do ar misteriosamente... 
Fora as outras maravilhosas notícias que ainda não chegaram a nós.
É  no Paraguai está indo tudo de vento em poupa mesmo, "estava tudo na normalidade".
Acho que vou ter que jogar fora meu diploma porque análise política não é muito a minha praia :(

Abraços.

Aqui vai o link do referido artigo:
http://www.opovo.com.br/app/colunas/mapa-mundi/2012/06/26/noticiasmapamundi,2866648/a-compreensao-dos-fatos-e-a-legitimidade-do-governo-paraguaio.shtml 



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terça-feira, 26 de junho de 2012

Perfil do facebook ou tipos ideais?



Qual a relação entre perfis em redes sociais e os tipos ideais de Max Weber?


Via: Não salvo

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Pesquisador Sérgio Adorno participa de Ciclo de Debates sobre segurança pública






A Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará (Aesp) e o Instituto de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento do Estado do Ceará (Inesp), em parceria com a Comissão de Defesa Social da Assembleia Legislativa, realizam nesta quarta-feira (27), um novo debate do Ciclo de Conferências Segurança Cidadã: construindo confiança. Na quinta edição deste ano, o renomado professor e pesquisador Sérgio Adorno discutirá o tema “Violência nas Metrópoles Brasileiras e os Desafios à Gestão da Segurança Pública”.

A primeira conferência será ministrada às 10 horas, no auditório da Aesp. No mesmo dia, às 14 horas, no Complexo das Comissões Técnicas da Assembleia Legislativa, o palestrante debaterá o tema com o Gestor de Estatística e Análise Criminal da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará, Dr. José Raimundo Carvalho. As conferências são abertas e gratuitas. Vagas limitadas.

Currículo do palestrante





Sérgio Adorno é Doutor em Sociologia pela USP e Pós-Doutor pelo Centre de Recherches Sociologiques sur le Droit et les Institutions Pénales, CESDIP, França. É professor titular em Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas e coordenador científico do Núcleo de Estudos da Violência da USP. Tem larga experiência na área de Sociologia, com ênfase em Sociologia Política, atuando principalmente nos temas: violência, direitos humanos, criminalidade urbana, controle social e conflitos sociais.

Currículo do debatedor

José Raimundo Carvalho é graduado em Engenharia Civil e Mestre em Economia pela UFC. Ph.D. em Economia pela Pennsylvania State University (USA). Professor Associado da UFC, Pesquisador do CNPq e Gestor de Estatística e Análise Criminal junto à SSPDS/CE. Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Métodos e Modelos Matemáticos, Econométricos e Estatísticos, atuando principalmente nos temas: mercado de trabalho, avaliação econométrica de programas e políticas socioeconômicas, economia do crime e estatística e análise criminal.

Serviço:
Palestra “Violência nas Metrópoles Brasileiras e os Desafios à Gestão da Segurança Pública"


Data: 27 de junho de 2012 (quarta-feira)


10 horas: Auditório da AESP - Avenida Presidente Costa e Silva, 1251 – Mondubim


14 horas: Complexo das Comissões Técnicas da Assembleia Legislativa – Av. Desembargador Moreira, 2807, no bairro Dionísio Torres.

Mais informações: Luciana Vasconcelos – Ascom da AESP: (85) 3484.1909 / 8879.7538


Luzia Rolim – Ascom da Assembleia Legislativa: (85) 3277.3709 / 8141.2803

26.06.2012
Assessoria de Comunicação da Aesp
Luciana Vasconcelos (85 3484.1909)
Twitter: @aespce
Facebook: AESP/CE


FONTE: http://www.ceara.gov.br/index.php/sala-de-imprensa/noticias/6105-pesquisador-sergio-adorno-participa-de-ciclo-de-debates-sobre-seguranca-publica
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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Marx, teórico do comunismo, vira cartão de crédito na Alemanha


O filósofo alemão que construiu as bases teóricas do comunismo, Karl Marx, agora estampa um dos símbolos cotidianos do capitalismo: o cartão de crédito. O banco alemão Sparkasse, da cidade de Chemnitz (antes chamada de Karl-Marx-Stadt) passou a fazer um cartão de crédito que traz um busto de bronze de Marx como ilustração.

A imagem foi escolhida numa eleição online feita pelo banco. No total, havia dez imagens para serem escolhidas, incluindo o escudo de um time de futebol local e construções históricas. A imagem de Marx, vencedora na eleição, é de um busto de sete metros de altura que ainda está de pé no centro da cidade.

Cidade mudou de nome após queda do Muro de Berlim

Depois da queda do Muro de Berlim (1989), que separava a Alemanha em dois países diferentes -o comunista, a leste, e o capitalista, a oeste-, a cidade mudou de nome e de regime.

Chemnitz foi arrasada durante a Segunda Guerra Mundial (1939-45) e reconstruída como uma cidade-modelo do socialismo, recebendo, então, o nome de Karl-Marx-Stadt. Na Alemanha Oriental toda, as notas de 100 marcos tinham a figura de Marx. Isso mudou depois da queda do Muro.

Com a volta do capitalismo, a cidade voltou a se chamar Chemnitz, mas desde então tem enfrentado uma depressão econômica, e sua população encolheu 20%. Agora, parece haver uma certa nostalgia dos tempos comunistas. O busto de Marx teve mais de um terço dos votos.

Nostalgia da Alemanha comunista

A Alemanha Oriental tinha pouca liberdade individual, mas, para os saudosistas da época, havia emprego garantido e bem-estar social. Segundo relata a agência de notícias Reuters, essa tendência nostálgica não ocorre só na cidade.

"Temos recebido pedidos até mesmo de clientes da Alemanha Ocidental para saber se podem abrir uma conta local conosco e obter um cartão com a face de Marx, disse à Reuters o porta-voz do banco, Roger Wirtz.
(Com informações da Reuters)
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sábado, 23 de junho de 2012

Dica de filme: Pandorum



Em 500 anos a humanidade estará migrando do Planeta Terra pois ele estará morrendo. É quando dois homens acordam em uma nave espacial. Sem saber onde estão, o que estão fazendo lá e quanto tempo se passou uma sensação imediata de vazio é substituida pelo medo que logo se tornará em algo inimaginável. Com as poucas lembranças de fatos passados nas suas vidas eles terão que lutar pela sobrevivência de toda a raça humana.
 

Com o destino comprometido da Terra devido aos danos a natureza, uma equipe formada por 60.000 pessoas se comprometeram viajar por 123 anos para o planeta Tanis, uma promessa para uma nova vida. Só que algo sai errado, o coronel Devlin, os dois sargentos Rooney e Johnson e os três tenentes Payton, Hamilton e Richardson e os quatro cabos Gallo, Bower, Gordon e Hackford irão precisar descobrir o que de fato aconteceu, e a verdade por ser ainda mais surpreendente do que achavam.

Veja o filme aqui 
http://vk.com/video90680561_147783989?hash=708fcb042e126a39

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quarta-feira, 20 de junho de 2012

Bolsa Capes – Fulbright de estágio de doutorando nos EUA


Bolsa Capes – Fulbright de estágio de doutorando nos EUAPDFImprimirE-mail
A CAPES, por meio da Coordenação Geral de Cooperação Internacional, e a Comissão para o Intercâmbio Educacional entre o Brasil e os Estados Unidos (Fulbright) tornam pública a seleção de bolsistas para estágio de doutorando nos EUA.

Objetivo:

  • incrementar as pesquisas realizadas por doutorandos no país e estreitar as relações bilaterais entre os dois países.

Benefícios:

  • Bolsa Mensal
  • Auxílio instalação
  • Auxílio-pesquisa
  • Passagem aérea de ida e volta
  • Seguro saúde

Calendário:

PeríodoAtividade Prevista
De dezembro de 2011 a 30 de março de 2012Apresentação de candidaturas
Abril de 2012Análise de mérito e entrevista
Maio de 2012Divulgação do resultado
De agosto/setembro 2012 a maio/junho de 2013Atividades acadêmicas nos EUA

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18/06/2012Edital 030/2012 – Estágio de doutorando das Ciências Humanas, Ciências Sociais, Letras e Artes nos eua: 2013-2014DOC
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10/02/2012Resultado do Edital 034/2011 – Fulbright de estágio de doutorando nos EUADOC
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21/12/2011Edital 049/2011 – Segundo edital do programa estágio de doutorando nos EUA: 2012-2013DOC
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Publicações anteriores

Publicação na WEBNome do documentoFormatos disponíveis
02/09/2011Edital 034/2011 – Fulbright de estágio de doutorando nos EUADOC
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03/01/2011Resultado do Edital 040/2010N/DPDF
9,5kb
N/D
01/10/2010Prorrogação do Edital 040/2010N/DPDF
30kb
N/D
01/07/2010Edital 040/2010 – Fulbright de estágio de doutorando nos EUADOC
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54kb
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10/06/2010Resultado - Fulbright de estágio de doutorando nos EUAN/DPDF
7,5kb
N/D
10/06/2010Homologação - Edital 26/2009 - Fulbright de estágio de doutorando nos EUAN/DPDF
47kb
N/D
27/11/2009Edital 26/2009 – Fulbright de estágio de doutorando nos EUADOC
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PIADA COM FUNDO MORAL: SOCIOLOGIA E A GREVE


Estava a ocorrer uma greve em uma fábrica. Foi acionado o sociólogo com viés marxista para solucionar o problema. Ele incentivou a greve e procurou incitar nos trabalhadores que eles procurassem mais do que simplesmente um aumento de salário. Mas o sociólogo ficou doente por uma semana e foi substituído por um durkheiminiano. Quando ele voltou a greve tinha acabado e perguntou:
- O que houve, o que você fez para solucionar o problema?
- Eu fiz um estudo do fato social e descobri que o problema era resultante da não consciência do trabalhador. Ele queria ganhar mais do que a sua função poderia proporcionar. Já pensou, se o um apêndice vira cérebro? Então fizemos palestras de convencimento e demitimos os que não concordavam com a moral da empresa, que é a mais coerente e saudável para a nossa sociedade.
Sociólogos, unidos desde sempre.

Dica do Hermes Veras

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terça-feira, 19 de junho de 2012

edital de concurso para docente-DCS- UFV‏

Prezado(a) Senhor(a):

Favor divulgar para os pós-graduandos o Edital em anexo.

Classe: Professor Adjunto (Edital de Concurso Público nº 84/2012) -
DOU nº 108, de 05.06.2012.
Área/Subárea: Ciências Sociais/Teoria Social.
Nº vagas: 01
Titulação exigida: Graduação em Ciências Sociais ou áreas afins e
Doutorado nos cursos reconhecidos ou recomendados pela Capes na área
de Sociologia.
Inscrição: até 20 de julho de 2012.

O edital completo, com todas as informações necessárias encontra-se
em anexo ou no site: http://www.ufv.br/soc/files/pag/concursos.htm



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Chamada de artigos Mediações - Revista de Ciências Sociais-UEL


Chamada de artigos
Mediações - Revista de Ciências Sociais

 A Comissão Editorial de Mediações - Revista de Ciências Sociais, do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, da Universidade Estadual de Londrina, receberá artigos para o Volume 17, Número 2, de 2012. Este número trará o dossiê temático:
O final da vida no século XXI
O século XXI contempla um panorama inusitado de idades, em amplitude e em largueza: a coexistência de numerosos grupos etários (com a simultaneidade de quatro a cinco gerações) e a extensão crescente dos anos de vida para além dos cem. Torna-se importante uma percepção nítida desse quadro da vida social atual e a avaliação/análise dos recursos instituídos pela sociedade para lidar com o mesmo.
A proposta deste dossiê é reunir artigos que analisem e divulguem informações acerca das condições sociais presentes no século XXI que contextualizam a vida de idosos/as, principalmente sobre assuntos como: Longevidade e condições existenciais, a precária proteção social (em termos de saúde, previdência social, iniquidade geracional), a resposta política dos idosos/as em movimentos sociais, a nova sociabilidade extrafamiliar em grupos de “terceira idade”, a permanência ou reingresso dos idosos/as no mercado de trabalho e o diferencial real e teórico na consideração da violência contra os idosos. Além disso, serão bem-vindas contribuições sobre respostas pessoais e coletivas desses homens e mulheres idosos às circunstâncias que se apresentam à realidade da sua vida; sobre a morte como horizonte e ao mesmo tempo o distanciamento dela na sociedade contemporânea, sem esquecer que os jovens também “chegam ao fim” cada vez mais em consequência de violência.
Organizadora: Alda Britto da Motta
Prazo para envio de artigos para o dossiê  15 de agosto de 2012
Além do dossiê, Mediações publica trabalhos sobre temas diversos das Ciências Sociais na Seção Artigos, como também Resenhas de livros relevantes publicados no último triênio.

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