terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Agora pede o DNA do moleque, José!


Via: Capinaremos

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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Feliz natal!!!



RESULTADO DO SORTEIO Quero o livro Implementação de Políticas Públicas com @CienSocialCeara

O SORTEIO FOI FEITO PELO SITE http://sorteiospt.com/list/


e @ vencedor@ é Karoliny Moreira



Entraremos em contato com a ganhadora para a entrega do livro.






Com a cortesia do autor Carlos Aurélio Pimenta de Faria , o Ciência Social Ceará (CSC) lança a promoção.




Aqui vai o sumério da OBRA:
Sumário

Implementação de Políticas Públicas: Teoria e Prática



Organizador
Carlos Aurélio Pimenta de Faria (PUC Minas)




Introdução do organizador



Parte I: Teorizando o processo de implementação de políticas públicas


1- O papel das Burocracias do Nível da Rua na implementação de políticas públicas: entre o controle e a discricionaridade
Gabriela Lotta

2- Intersetorialidade no enfrentamento da pobreza: o papel da implementação e da gestão
Bruno Lazzarotti Diniz Costa
Carla Bronzo

3- Coordenação, Cooperação e Políticas Públicas: organizando percepções e conceitos sobre um tema caro à implementação 
José Geraldo Leandro Gontijo

4- Implementação: ainda o “elo perdido” da Análise de Políticas Públicas no Brasil? 
Carlos Aurélio Pimenta de Faria




Parte II: A prática da implementação no Brasil: estudos de caso



5- A implementação da regulação dos prestadores privados no sistema municipal de saúde: os casos de Belo Horizonte/MG e Porto Alegre/RS
Luciana Leite Lima

6- Burocracias, gerentes e suas “histórias de implementação”: narrativas do sucesso e fracasso de programas federais
Roberto Rocha C. Pires

7- Desvendando o papel dos Burocratas de Nível de Rua no processo de implementação: o caso dos Agentes Comunitários de Saúde
Gabriela S. Lotta

8- Estilos de Implementação e Resultados de Políticas Públicas: Fiscais do Trabalho e o Cumprimento da Lei Trabalhista no Brasil
Roberto Rocha C. Pires

9- Mudanças institucionais no Itamaraty, ethos corporativo e mitigação do insulamento burocrático do serviço exterior brasileiro
Carlos Aurélio Pimenta de Faria
Dawisson Belém Lopes
Guilherme Casarões

10- Política externa brasileira e cooperação Sul-Sul: a implementação do Fórum IBAS
Carlos Aurélio Pimenta de Faria
Joana Laura Nogueira
Dawisson Belém Lopes






O LIVRO PODE SER ADQUIRIDO NO SEGUINTE ENDEREÇO:

www.pucminas.br/editora

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A filosofia em Ferris Bueller


Despretensioso e divertido, o filme “Curtindo a vida adoidado”, de John Hugues, consegue relacionar Nietzsche, os anos 1980 e a geração pós-baby boomer norte-americana

Alexandre Enrique Leitão

Curtindo a vida adoidado (Ferris Bueller’s Day Off)
EUA, 1986

Ferris Bueller interpretado por Matthew Broderick
Ferris Bueller interpretado por Matthew Broderick
Not that I condone fascism, or any -ism for that matter. -Ism's in my opinion are not good. A person should not believe in an -ism, he should believe in himself
Ferris Bueller, Curtindo a vida adoidado

Em 1990, a então primeira-dama dos Estados Unidos, Barbara Bush, dirigia-se a uma plateia de estudantes da Universidade Wellesley, em Massachusetts, quando resolveu expor aos presentes uma interessante visão filosófica sobre o mundo: “Encontrem a alegria na vida, porque como disse Ferris Bueller em seu dia de curtir a vida adoidado (on his day off –no original), ‘A vida se move muito rápido; se você não parar e olhar em volta de vez em quando, você pode perdê-la!’”
A esposa do presidente George Bush [pai] se referia à visão de mundo de Ferris Bueller, protagonista daquele que é considerado um dos maiores filmes adolescentes já produzidos: Curtindo a vida adoidado. Com uma estrutura narrativa simples, a obra nos leva ao dia em que Ferris, sua namorada Sloane e o neurótico amigo Cameron, decidem matar aula e sair para farrear nas ruas de Chicago.
O diretor John Hugues (1950-2009) vinha de uma série de obras-primas sobre a vida nos colégios americanos, já tendo rodadoMulher nota milO clube dos cinco e Gatinhas e gatões, além de ter escrito A garota de rosa shocking. Em todos os seus projetos, o cineasta buscou retratar a escola como um espaço no qual afloram os aspectos mais negativos do contrato social. Em A garota de rosa shocking, por exemplo, o colégio é um microcosmo exacerbado de tensões sociais, em que um singelo namoro entre uma garota pobre e um rapaz rico é alvo de maledicências e complôs. Em O clube dos cinco, cinco personagens, cada qual representativo de um estereótipo do colegial (o nerd, o encrenqueiro, a patricinha, o esportista e a maluca) são colocados numa sala de detenção ao longo de uma manhã. Lá descobrem uma profunda amizade e decidem lutar contra o preconceito de uma “sociedade” que quer separá-los em grupos e tribos isoladas.
Curtindo a vida adoidado talvez seja a mais iconoclasta das obras do diretor. Quase nada acontece no colégio e também este não parece representar qualquer obstáculo ou problema para o personagem. Ferris difere de todos os demais protagonistas masculinos escritos por Hughes, na medida em que sequer tenciona alterar ou questionar as regras sociais. Mas esse comportamento, longe de revelar certo conservadorismo da parte de Ferris, parece atentar para uma percepção libertária da realidade. As regras sociais não precisam ser alteradas para o nosso anti-herói porque bastaria quebrá-las. Ferris não passa por dilemas de consciência em nenhum momento da história. Ele não liga para a escola, para os pais ou qualquer sombra de responsabilidade, contrapondo-se ao amigo Cameron, constantemente preocupado com o que os outros (sociedade, professores, pais) irão pensar de suas atitudes.

Ser amoral
Ferris constituiria, portanto, a epítome do ser amoral. Em verdade, no decorrer de suas aventuras, o personagem interpretado por Matthew Broderick não prejudica ninguém objetivamente. Mas a essência de seu caráter reside na não-aquiescência das regras mínimas de conduta moral: ele finge estar gravemente doente, causando consternação em seus pais; desrespeita as regras mais fundamentais do colégio; causa, incidentalmente, a marginalização de sua irmã (preterida pelo fato de Ferris ser o centro das atenções), levando-a a um desespero atroz; e ironiza a validade intrínseca do próprio processo educativo. Essa última afirmação se sustenta no monólogo inicial do personagem, quando o mesmo esclarece aos expectadores que haverá um teste, no mesmo dia em que ele pretende matar aula. O tema da prova será 'Socialismo Europeu', o que leva Bueller a questionar: “Por que eu preciso estudar isso? Eu não sou europeu, eu não pretendo ir para a Europa. E daí que eles são socialistas? Eles poderiam ser fascistas-anarquistas que isso ainda não mudaria o fato de que eu não tenho um carro.”
Ferris, no entanto, não apenas menospreza as regras de conduta oficiais, aquelas emanadas pelo mundo dos adultos, como também negligencia as próprias “leis” do colégio. No decorrer do filme, entendemos que ele é amado por todas as tribos, sem integrar nenhuma delas. Mais do que isso, seu desprezo acaba por englobar o esforço coletivo dos alunos. O que Hugues tenta fazer é retratar a juventude norte-americana dos anos 80, como enunciado já nas primeiras cenas. Ao descobrirmos que ele forjou sua doença, logo somos induzidos a ver a imagem de um aparelho de TV, convenientemente sintonizado no canal hip da época: a MTV. O quarto do protagonista é repleto de pôsteres de bandas de rock da década, e somos inclusive apresentados a uma tomada de Ferris tomando banho, quando decide fazer um topete moicano com o shampoo, emulando os punks de então. Diferente da denúncia do consumismo, tão corrente nas críticas feitas à juventude dos anos Reagan, Hugues encontra na falta de perspectiva, limites e preocupação social, aquilo que seria a fonte de seus problemas e a poesia máxima de uma geração. Se, por um lado, os garotos e garotas dos anos 80, diferente de seus pais, não querem mudar o mundo, eles pelo menos querem aproveitá-lo ao máximo. Tratava-se a geração pós-baby boomer.

Ferris e o super-homem
Nascidos após a Segunda Guerra Mundial, os baby boomers foram os jovens do ciclo de manifestações de 1968, os que protestaram contra a Guerra do Vietnã, as ditaduras militares sul-americanas, e a linha dura soviética, em Praga. A eles coube o mérito de popularizarem, quando não de inventarem, o rock’n roll, de capitanear a revolução sexual e de inaugurar novas bandeiras políticas, como o direito das minorias, o desarmamento nuclear e a defesa do meio ambiente. Para Hugues, os filhos daqueles jovens cabeludos, que gritavam palavras de ordem em direção à Casa Branca, seriam exponencialmente mais subversivos. E nesse contexto, Ferris carregaria em si a quintessência da despreocupação juvenil, beirando a figura do super-homem de Nietzsche. Apresentado em seu trabalho Assim falou Zaratustra (publicado pela primeira vez em 1888), o super-homem seria o estágio mais avançado do indivíduo humano. Aquele que rejeita todos os princípios morais, que despreza a religião, os valores e a ciência. Para Nietzsche, o super-homem representaria o apogeu da liberdade, e a negação daquilo que seus contemporâneos viam como o progresso da espécie humana.
Não se trata aqui de sugerir que Hugues decidiu adaptar Assim falou Zaratustra para as telas de cinema, transformando a obra de filosofia em um filme para adolescentes, mas de identificar certos paralelos que ecoam na personalidade de Ferris. Vejamos seu amigo Cameron. Desde o início da película o jovem se configura na antítese do protagonista, sendo refém de uma hipocondria crônica e do medo de que seu pai descubra que ele afanou seu carro. Ao término do filme, ele e Ferris, por acidente, acabam jogando a Ferrari de um precipício.
A curva do personagem de Cameron está então completa. Seguindo todas as lições que lhe foram passadas por Ferris no decorrer do dia, o personagem não decide buscar a “salvação” por meio da consciência (atentando para o fato de que seus problemas são, em realidade, ínfimos, se comparados com o de milhões de outros jovens no mundo); ou mesmo buscar o respeito de seu pai por meio de um diálogo aberto e sincero. Ao final, Cameron vence o remorso, não sentindo qualquer culpa pelo que fez ao carro de seu pai. Chega a ser sugerido que ele e o pai “terão uma boa conversa mais tarde”, porém, o mais importante já foi atingido: tal qual Ferris, Cameron está também livre das amarras morais que o prendiam.
O próprio antagonista do filme, o diretor da escola Ed Rooney, carregaria em si a defesa intransigente da ordem, odiando o personagem de Ferris não por ele representar um risco à escola, mas por se recusar a seguir as regras sociais impostas sobre os alunos. O fato de Rooney continuamente perder Ferris de vista, enquanto o procura pelas ruas da metrópole, atesta para o absoluto abismo geracional dos anos 80: Rooney, um baby boomer, deduz que Ferris estará no fliperama com outros garotos. Chegando lá, cutuca o ombro de alguém de cabelo curto e jaqueta e dizendo “Agora eu te peguei!”. Para sua surpresa não só não é Ferris Bueller (que estava em um estádio de baseball) como a pessoa que ele cutucou era uma garota.
A obsessão do diretor para com Ferris se centra no fato daquele não comportar-se à ordem ideal, em que os alunos têm de ir para a escola, sem importar se eles estão gostando ou não de estar ali. Rooney segue as regras sociais, e é por isso que nunca conseguirá, de acordo com o filme, pôr as mãos em Bueller. Tamanha é a admiração que lhe é posta pelos colegas de classe, não só por isso, mas também por acharem que ele se encontra gravemente doente, que no decorrer da trama vemos o colégio, e depois a cidade, ser tomada por uma campanha publicitária instantânea (aquilo que nos anos 2000 chamaríamos de marketing viral) centrada na frase Save Ferris (Salvem Ferris). Nosso super-homem, entretanto, despreza mobilizações de qualquer tipo, como explicitado na frase que abre esta crítica, não dando nenhuma atenção ao carinho e admiração que lhe são conferidos pela massa. Na sequência final, acompanhamos Rooney, derrotado e maltrapilho, mancando até o ônibus escolar, seu único meio de transporte para a escola, onde o diretor lê na capa do caderno de uma criança a frase Save Ferris [salve Ferris]. Quem se dispõe a assistir ao filme até o fim dos créditos tem outra surpresa: Bueller aparece, quebrando mais uma vez aquilo que na linguagem cinematográfica se denomina “a quarta parede”. Ele olha diretamente para a câmera, ri da plateia e diz: “Vocês ainda estão aqui? Acabou! Vão pra casa!”.
Cabe aqui concluir com a reação subsequente à declaração de Barbara Bush na Universidade Wellesley. Após citar a filosofia de Bueller, o auditório irrompeu em aplausos, ao que a primeira-dama respondeu jocosamente “Eu não vou dizer ao George que vocês bateram palmas mais pelo Ferris do que por ele.” E Bueller, tal qual Zaratustra, no último capítulo da obra de Nietzsche, anuncia: “Esta é a minha alvorada; começa o meu dia: sobe, pois, sobre, Grande Meio-dia!”


Fonte: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/cine-historia/a-filosofia-de-ferris-bueller


quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

PROMOÇÃO Implementação de Políticas Públicas: Teoria e Prática




Com a cortesia do autor Carlos Aurélio Pimenta de Faria , o Ciência Social Ceará (CSC) lança a promoção.



O CSC sorteará 1 (um)  exemplar do Livro
"
Implementação de Políticas Públicas: Teoria e Prática"


Como participar?

Para participar basta seguir o @CienSocialCeara no Twitter e retwittar:
Quero o livro Implementação de Políticas Públicas com @CienSocialCeara http://migre.me/cl48P

Ou  curtir a fanpage do CSC no Facebook (https://www.facebook.com/pages/Ci%C3%AAncia-Social-Cear%C3%A1-CSC/149904011748769) e compartilhar a postagem da promoção A PARTIR DA NOSSA PÁGINA.
O sorteio será feito e divulgado no dia 23 de dezembro de 2012. O vencedor receberá o livro (por isso é importante responder RAPIDAMENTE o contato que faremos para coletar os dados).

Promoção somente é valida para quem mora em Fortaleza (CE).Para que possamos identificar vocês é necessário que compartilhem este link a partir da fanpage do Blog . Caso contrário, será impossível sabermos quem está concorrendo.
Abraço e boa sorte a todos.
Em breve estaremos com mais promoções.   
IMPORTANTETenha sua cidade no perfil do Twitter ou Facebook para não correr o risco de ganhar um livro para outra pessoa.

Aqui vai o sumério da OBRA:
Sumário

Implementação de Políticas Públicas: Teoria e Prática



Organizador
Carlos Aurélio Pimenta de Faria (PUC Minas)




Introdução do organizador



Parte I: Teorizando o processo de implementação de políticas públicas


1- O papel das Burocracias do Nível da Rua na implementação de políticas públicas: entre o controle e a discricionaridade
Gabriela Lotta

2- Intersetorialidade no enfrentamento da pobreza: o papel da implementação e da gestão
Bruno Lazzarotti Diniz Costa
Carla Bronzo

3- Coordenação, Cooperação e Políticas Públicas: organizando percepções e conceitos sobre um tema caro à implementação 
José Geraldo Leandro Gontijo

4- Implementação: ainda o “elo perdido” da Análise de Políticas Públicas no Brasil? 
Carlos Aurélio Pimenta de Faria




Parte II: A prática da implementação no Brasil: estudos de caso



5- A implementação da regulação dos prestadores privados no sistema municipal de saúde: os casos de Belo Horizonte/MG e Porto Alegre/RS
Luciana Leite Lima

6- Burocracias, gerentes e suas “histórias de implementação”: narrativas do sucesso e fracasso de programas federais
Roberto Rocha C. Pires

7- Desvendando o papel dos Burocratas de Nível de Rua no processo de implementação: o caso dos Agentes Comunitários de Saúde
Gabriela S. Lotta

8- Estilos de Implementação e Resultados de Políticas Públicas: Fiscais do Trabalho e o Cumprimento da Lei Trabalhista no Brasil
Roberto Rocha C. Pires

9- Mudanças institucionais no Itamaraty, ethos corporativo e mitigação do insulamento burocrático do serviço exterior brasileiro
Carlos Aurélio Pimenta de Faria
Dawisson Belém Lopes
Guilherme Casarões

10- Política externa brasileira e cooperação Sul-Sul: a implementação do Fórum IBAS
Carlos Aurélio Pimenta de Faria
Joana Laura Nogueira
Dawisson Belém Lopes






O LIVRO PODE SER ADQUIRIDO NO SEGUINTE ENDEREÇO:

www.pucminas.br/editora

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

RESUMO: A DISTINÇÃO de PIERRE BOURDIEU



Na semana passada apresentei o livro “Distinção: Uma Crítica Social do Julgamento
do Gosto” (1979), de Pierre Bourdieu. Neste livro Bourdieu descreve a situação da
classe média no mundo moderno, focando na burguesia francesa, através dos seus
gostos e preferências. Segundo ele, no nosso cotidiano nós constantemente escolhemos
entre aquilo que achamos ser esteticamente prazeroso e aquilo que achamos ser pura
“moda”, ou é feio, ou cafona!
Mais salientemente, Bourdieu nos ensina que as diferentes escolhas que as pessoas
fazem são todas elas distinções, ou seja, escolhas feitas em oposição àquelas feitas por
pessoas de outras classes. Para ele o mundo social funciona como um sistema de
relações de poder e como um sistema simbólico, em que distinções de gosto se tornam a
base do julgamento social.
Neste sentido é fundamental entender sua visão espacial da sociedade. Para Bourdieu o
“espaço social” é hierarquizado pela desigual distribuição de diferentes capitais, e a
descrição da sociedade em termos de “espaço social” permite enfatizar a dimensão
relacional das posições sociais. Deste modo, as diferentes formas de capital que
permitem estruturar o espaço social e que definem as oportunidades na vida são o
capital econômico, o capital cultural, o capital social e o capital simbólico.
Segundo Bourdieu, a sociedade é formada por um conjunto de “campos sociais” (tais
como o campo acadêmico, o campo do direito, o campo desportivo, etc.), mais ou
menos autônomos, atravessados por lutas entre classes. Para ele, o mundo social é
também  o lugar de um processo de diferenciação progressiva. A evolução das
sociedades tende a fazer com que apareçam universos, áreas (campos) produzidos pela
divisão social de trabalho. Assim, os campos não são espaços com fronteiras
estritamente  delimitadas, totalmente autônomas. Eles se articulam entre si, e a forma
como se articulam compõe o universo de socialização.Ao caracterizar um processo de estruturação social, Bourdieu introduz o seu conceito de
habitus de classe e o relaciona ao seu entendimento de classe social. Para Bourdieu,
classe social deve ser tratada em relação não com o indivíduo ou com uma população
(i.e., um agregado de indivíduos), mas sim com o habitus de classe, que é definido
como um sistema socialmente constituído de disposições  (tendências, aptidões,
inclinações, talentos) que orientam pensamentos, percepções, expressões e ações.....

LEIA O RESUMO NA INTEGRA AQUI=>http://www.creativante.com.br/download/Gosto3.pdf

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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Quais são e o que significam os títulos de um professor?


Por Luiz Fujita

Existem basicamente três títulos (ou graus acadêmicos): mestre, doutor (conhecido como Ph.D. em alguns países) e livre-docente. Quem termina a graduação, mas quer continuar estudando, tem que escolher, primeiro, entre duas modalidades de pós-graduação: lato sensu e stricto sensu. O primeiro não confere título acadêmico, mas, sim, o certificado de "especialista" - MBA é um tipo de formação lato sensu na área de negócios. Já no stricto sensu o pós-graduando desenvolve e defende uma tese sobre um tema bem específico e, depois de aprovado, recebe o título de mestre ou doutor (dependendo do programa escolhido). Depois de fazer um doutorado, o pesquisador pode fazer um pós-doutorado, que também segue o modelo de desenvolvimento de tese com o acompanhamento de um orientador. Nesse mesmo ponto da carreira acadêmica, contudo, ele pode subir mais um degrau, tocando uma tese por conta própria, sem o auxílio de um orientador. Se aprovado, sobe ao grau de livre-docente.
Rumo ao topoA carreira dos professores em universidades públicas passa por vários degraus
Professor assistente
Em algumas universidades, o assistente é um pós-graduando que auxilia seu orientador nas aulas. Em outras, já é um cargo adquirido por concurso público. Neste caso, o cargo costuma ser temporário, simplesmente para cobrir a vaga de um professor afastado
Professor colaborador
Cargo também temporário, mas que geralmente tem o objetivo de testar docentes interessados em entrar no quadro oficial da faculdade. Algumas universidades têm também colaboradores voluntários, que não recebem salário, mas usufruem da estrutura e do nome da universidade
Professor doutor
É o primeiro cargo oficial dos professores das universidades públicas brasileiras. Como o nome já diz, ele tem que ter título de doutor para se submeter ao processo seletivo. Normalmente, os doutores não fazem parte das instâncias superiores da escola, que definem os rumos de cada curso
Professor titular
Um cargo acima de professor doutor mas já é o topo da carreira acadêmica. A partir deste ponto o professor representa a autoridade máxima na sua área dentro da universidade e pode participar de questões administrativas como chefia de unidades. Depois deste ponto, ele só adquire mais benefícios por meio de premiações
Honoris causa
Não segue a hierarquia acadêmica. É um título especial, concedido a profissionais (não necessariamente formados pela mesma instituição) com significativas contribuições à ciência, às artes, ao conhecimento e à humanidade em geral. Qualquer universidade pode concedê-la, mas é um prêmio raro, concedido a poucos.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

SLUMDOG versus VIDAS SECAS




Analise sociológica comparativa do filme “Quem quer ser um milionário?” do diretor Danny Boyle e “Vidas secas”  do diretor Nelson Pereira dos Santos, adaptado da obra homônima de Graciliano Ramos

O que há de similar entre essas duas histórias geograficamente tão distantes? De um lado temos Fabiano, sertanejo branco, de olhos azuis, cujo rosto o sol forte queimou, do outro temos Jamal Malik, um jovem indiano, órfão, miserável, que é forte candidato na fila da indigência. Nas duas obras o plano de fundo é basicamente o mesmo. Os heróis vivem em uma extrema miséria e lutam contra as condições desfavoráveis do meio que lhes cerca. Numa terra de disparidades, histórias de tensão crítica entre o homem e o meio, de nobres e miseráveis, onde o “céu” e “inferno” convivem lado a lado. Fanatismo religioso, miséria, desigualdade social, violência, aparecem no decorrer das histórias, mas de formas diferentes.


 Vidas secas é um romance seco, enxuto, sem alegria, sem dialogo e sem amor, como o próprio Graciliano Ramos poderia ter dito. A história de Fabiano é real, é plausível, é quase um tipo-ideal de retirante nordestino, tem mulher e filhos, uma cachorra, poucos pertences, “vem de lugar nenhum” e “vai para não se sabe onde”. Na minha infância, eu já ouvi a história de Vidas Secas só que os protagonistas eram outros, meu avô era Fabiano, e minha mãe me contava a história de como ela veio parar na capital, e de como foi sua infância. Quando li Vidas secas reconheci na hora os personagens, e pude entender um pouco melhor minha própria origem. Creio que talvez não só a minha, mas a da grande maioria dos nordestinos.
Vidas secas é o próprio relato do êxodo perpetuo que não tem começo nem fim, é uma constante fuga, é uma constante luta que passa dos pais para filhos. É uma maldição que vive através de gerações. Essa maldição te um caráter quase religioso, parece ser a vontade divina. A vontade divina se materializando em destino social, a sina que APARENTEMENTE não pode ser contrariada.
  A história de “Quem quer ser um milionário me parece mais com a fábula da gata borralheira, o menino pobre, mas puro de coração, que busca a felicidade. O titulo original em inglês é “Slumdog milionaire”, traduzido é algo como “cachorro favelado milionário”, mostra muito bem quem é o personagem principal, um jovem tratado como um animal miserável, da mesma forma que Fabiano. Ambos vivem como animais a mercê do meio, indistintos na multidão. Nas duas histórias existe um personagem que não é visível, mas que atua conduzindo os personagens durante a trama. O destino. A figura do destino é algo que é comum nas duas histórias, só que para Fabiano o destino é uma prisão, e para Jamal o destino é libertador. A relação dos personagens com a estrutura social é algo fundamental para entender suas histórias.
 A estrutura de classes sociais acaba sendo diretamente influenciada pelas relações dos homens com o meio, seja através da produção material ou não. Nas histórias, suas respectivas narrativas, tanto Fabiano como Jamal Malik são mostrados como “vitimas” de um meio. Algo determinado e hermético. O destino socialmente construído e visto como destino teológico. Um é influenciado diretamente pelo modo de produção do sertão nordestino, o outro é influenciado pelo estilo de desenvolvimento de um país capitalista em crescimento, a Índia moderna que vive com suas contradições. Conseqüentemente, surgem milhares de outros “slumdogs” da cidade de Mumbai e outras e milhares de “Fabianos” no sertão.
O que não consta em nenhuma das duas histórias é o que faz eles terem esses “destinos”, que ao meu ver não são tão “destinos” assim. Ambos vivem, tem glorias e não por mérito próprio como prega a cartilha das sociedades modernas, mas por pura “sorte”.
Na estória, Fabiano teve sua sina traçada ao nascer, Jamal também, mas o que ambos não percebem é que os seus sonhos de ter uma vida mais confortável são usados contra eles próprios, fazendo assim com que eles vivam uma vida de pesadelos, trabalhando de sol a sol, seja capinando ou seja servindo chás em um callcenter, na esperança de um dia  poder encontrar seu amor perdido de infância ou de um dia poder ter uma cama de couro, igualzinha a de Seu Tomás.



O que aconteceu com Fabiano e sua família não foi nada mais do que o óbvio, por Graciliano ser um marxista convicto, portanto um materialista histórico, a sua narrativa está fundada no mais comum e usual, não na exceção, mas sim na regra. Já na história escrita por Vikas Swarup, autor da obra que deu origem ao filme “Quem quer ser um milionário?”, o que ocorre com Jamal é a chamada “Loteria da babilônia” já descrita por Jorge Luis Borges, e por Adorno e Horkheimer. A loteria da babilônia é um mecanismo muito útil para fabricar a ilusão da esperança de que um dia você poderá ter o que deseja: todos concorrem, todos tem a chance de ganhar, mas só um ganha. E como diz o poeta Zé Ramalho da Paraíba, “O povo foge da ignorância, apesar de viver tão perto dela e sonham com melhores tempos idos. Contemplam esta vida numa cela, esperam nova possibilidade de verem esse mundo se acabar”. Na esperança eles nascem, crescem, trabalham, e morrem.
O que aconteceu com Jamal não é algo impossível, só é improvável. O que me veio á mente foi a cena em que está indo para a emissora de TV para responder a ultima pergunta em quanto milhões de pessoas se amontoavam para vê-lo. Todos “Slumdogs”. Lembrei da cachorra Baleia de Fabiano de Vidas Secas, a cachorra é mais bem tratada do que aqueles seres humanos da estória de Jamal Malik.
Se existisse um céu de cachorros e a cachorra Baleia pudesse falar e tivesse visto a história de Jamal Malik, ela provavelmente diria: -“Pobres humanos, “Vidas Secas” é a regra, “Quem quer ser um milionário” é uma exceção que ajuda a manter a regra, e nada mais.

BÔNUS:
Referências:
- LIVRO E FILME: Vidas secas, Graciliano Ramos.
-  FILME: Quem quer ser um milionário, do diretor Danni Boyle.
- MÚSICA: Admirável gado novo, Zé Ramalho.

Publicado o primeiro número da Revista Café com Sociologia


Publicado o primeiro número da Revista Café com Sociologia

Gostaríamos de convida-lo ao acesso a primeira edição da Revista Café com Sociologia. Segue o sumário. Para ter acesso a revista basta fazer o cadastro. Já estamos recebendo colaborações para o próximo número.

A revista está disponível em: http://revistacafecomsociologia.com


Sumário

Edição Completa em PDF
Conselho Editorial

Textos Livres

O CIBERESPAÇO COMO ALIADO DOS PROFESSORES: O facebook.com como ferramenta pedagógica
Bianca de Moura Wild

A SOCIOLOGIA, UM BAR, O EQUILIBRISTA, UMA BEATA E A DARLENY: TUDO A VER!

Cristiano das Neves Bodart, Roniel Sampaio Silva

Artigos

O USO DE LETRAS DE MÚSICAS NAS AULAS DE SOCIOLOGIA
Cristiano das Neves Bodart

PREOCUPAÇÕES PÚBLICAS, AÇÕES PRIVADAS: O CONSUMO POLÍTICO

Jéssica Maria Rosa Lucion

Relato de Experiência Docente

O USO DE ATIVIDADE DE CAMPO COMO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA PARA AULAS DE SOCIOLOGIA EM ESCOLAS RURAIS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA DOCENTE
Roniel Sampaio Silva

Sociologia, Música e Filme

CLOSER – PERTO DEMAIS: o amor na pós-modernidade
Lane Reis Santos, Lane Reis Santos

ÉTICA PLANETÁRIA E COMPLEXIDADE NUM OLHAR SOBRE O DOCUMENTÁRIO “MUITO ALÉM DO CIDADÃO KANE”

Sydneia de Oliveira Brito

Entrevista

Entrevista com Nelson Dácio Tomazi
Roniel Sampaio Silva

ESTAGIÁRIOS DO MUNDO, UNI VOS !!!!