quinta-feira, 18 de abril de 2013

DOCUMENTÁRIO: PROJETO SERTÃO

Trata-se de um documentário produzido por alunos da FUMEC, uma faculdade de Belo Horizonte, mas muito bem estruturado e revela perfeitamente a nossa diferença entre as demais regiões do Estado. Oportunamente lhe explicarei como é a história.
*Mas tanto em Minas como nas Gerias há pão-de-queijo, tá?
PESSOALMENTE ACHO ESSE TIPO DE INICIATIVA MUITO RELEVANTE. :)



Capítulo 1 do filme documentario SERTAO. A Terra - uma descrição do meio ambiente sertanejo e seus ecossistemas, ancorado pela discussão da exploração dos recursos naturais. Uma viagem pelo sertão e seus vários cerrados, ponteada por textos de Guimarães Rosa, Spix& Martius, Euclides da Cunha e outros. Depoimentos de Manuelzao, Ze Coco do Riachao, Juca Bananeira, Ivo das Chagas, Beltrano Carybe e outros.

FICHA TÉCNICA:
Direção de fotografia e realização - Auro Queiroz
Produção - Berenice Martins, Hugo Bengtson, Jaqueline Guimarães.
Textos e realização - Tomaz Cardoso
Edição - Nélio Lisboa
Trilha sonora original - Walter junior
Direção e Pesquisa - Sérgio Amzalak

Demais links no youtube

Dica da colega Luciana Lenoir

domingo, 14 de abril de 2013

FUNKS QUE GOSTARÍAMOS DE VER POR AI :)






Tudo aconteceu foi na revolução
Primeiro veio a Francesinha e depois a Industrialização
Venha aprender com Mc Pedrão

A francesinha ficou louca, perdeu a cabecinha 
CALMA CALMA FRANCESINHA
Acabou com a monarquia, por causa da burguesia

A industrialização deixou o mundo malucão
As novinhas trabalhando , sem a distinção
Acabou com o rural, todo mundo na cidade
Limpando até o chão

Mas me conte, me conte, me conte, me conte, me conte Augusto Comte o que aconteceu?
A embalagem é bonita mais tenho que aprofundar, por isso inventei várias leis pra poder explicar
Atenção, atenção lei n°1 na palma da mão 
Téo, téo, téo - logia
Atenção, atenção lei n°2 na palma da mão
Meta, meta, meta - física
Atenção, atenção lei n°3 na palma da mão
                                                                Po, po, po - sitiva


Composição: Professor de Sociologia Pedro Henrique e alunas Amanda Tassoni e Anne Caroline Peroco Alves da Escola SESI de Fernandópolis.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

The Walking Dead e a Distopia Moderna



Via: Páginas Perdidas 
I
magine um mundo em que toda a sociedade como a conhecemos ruiu. O estado, a policia, a escola e todas as instituições simplesmente deixaram de existir. O que há são apenas cidades devastadas com pequenos grupos de indivíduos miseráveis vagando como vagabundos; acrescente a isso que pelo mundo espalham-se uma quantidade infindável de zumbis, dezenas de milhares, tantas quanto são as estrelas do céu, cujo único propósito é se alimentar de carne humana…
Este é o pano de fundo do qual se desenvolve The Walking Dead. Uma famosa Hq, criada por Robert Kirkman, que tornou-se uma conceituada série televisiva dirigida por Frank Darabond.  Nela acompanhamos as desventuras de um grupo de sobreviventes, liderados pelo ex-policial Rick Grimes, vagando por cidades devastadas em busca de salvação. Ao contrário de outras obras que trataram do tema, TWD não se preocupa com as causas que levaram a epidemia ou mesmo com as articulações do governo na tentativa de barrar o avanço dos zumbis sobre as cidades. O espectador é jogado, assim como os personagens da trama, de chofre nesse mundo caótico e cinzento. Apenas percebemos o mundo pela lente dos personagens, que também não sabem quase nada do que aconteceu. O que sabemos sobre natureza do desastre vem apenas de informações desencontradas, pedaços desarticulados e fragmentários de relatos provindos dos sobreviventes. Eles, assim como nós, são pequenas formigas indefesas e sem rumo vagando pela vastidão aterrorizante de um mundo assombrado pelo desastre e pela morte.
Uma das inovações do universo criado por Kirkman é justamente no desenvolvimento emocional dos personagens. Eles não são apenas receptáculos dos fenômenos como em outras obras de terror, como acontece principalmente nas obras de Lovecraft — que ajudou a popularizar na narrativa de terror/fantástico. Os indivíduos que vemos se movimentar em TWD não são peças de um tabuleiro, são pessoas com histórias, medos, aspirações, ambições e desejos. O desastre e a morte de seus entes queridos pesam sobre seus ombros. Quando os vemos agindo e reagindo diante das dificuldades, notamos que, provavelmente, faríamos do mesmo modo… Apesar da realidade apresentada ser completamente fantástica, os desdobramentos dela sobre o mundo são extremamente realistas. Sentimos os terrores, os dilemas e as situações que os testam até os limites da insanidade.
Este mundo cinzento, sem esperança e pestilento, onde as brumas da morte vagam como uma presença sempre sentida, sempre próxima e quase sempre fatal, remete a insegurança, a condição de guerra de todos contra todos e a possibilidade de morte violenta, outrora descrita por Hobbes, de um estado pré-histórico ou de completa falência do contrato social. O resultado desse cenário é o estabelecimento de pequenas tribos que estabelecem suas próprias leis, costumes, crenças, mas acabam por ser submetido por outras comunidades mais fortes — vejamos o caso dos Salvadores quando submetem HillTop Alexandria.
O fim do contrato social e a emergência da guerra de todos contra todos leva, inevitavelmente, a destruição de todas as desigualdades e niveladores sociais antes endêmicos na sociedade. Agora, a hecatombe social propicia o surgimento de novas hierarquizações. Aquele que era apenas um entregador de pizza, agora, torna-se um dos mais destacados membros do grupo (Glen); outro que era só um pai de família com um emprego sem perspectiva torna-se o líder de uma grande comunidade (Philip, o governador); o policial tímido de uma insignificante cidade virá, com o fim da estrutura sistêmica da sociedade, a ser o líder implacável que passará pelas mais duras provações (Rick Grimes), só para citar alguns exemplos. A meu ver, a estrutura da trama é semelhante a de estórias de aventura e mitologia, como Crônicas de NárniaSenhor dos AnéisO Hobbit ou as historias de terror de Lovecraft, por exemplo. Nelas os personagens são apenas medíocres cidadãos de suas respectivas comunidades que são jogados contra a sua vontade num mundo completamente novo que promete aventuras, duras provações e descobertas; um mundo, enfim, que modificará completamente toda sua subjetividade a ponto de não enxergarem com o mesmo olhar seu passado, seu presente ou seu futuro. A hecatombe zumbi, portanto, não opera apenas como um destruidor das antigas hierarquizações de um mundo falido pela corrupção, mas também com um deslocador da própria visão de mundo dos personagens. A mudança ocorre num nível hermenêutico. Graças aos estudos sobre ideologia de Mannheim e, mais remotamente, as reflexões de Marx e Engels em A Ideologia Alemã, que os homens tem maneiras de pensar que são extremamente induzidas por suas formas de vivencia e por seu contexto sócio histórico. As mudanças de pensar dos indivíduos de uma sociedade ocorreria apenas se as estruturas desta sociedade fossem brutalmente abalados. Não é o que ocorre com os personagens de TWD? Todas as suas certezas que antes eram seguradas por um mundo onde as instituições pareciam mais firmes foi brutalmente destruída e, com ela, todas, ou quase todas suas ideias de normalidade e moralidade tiveram que ser revistas. Aqui o que reina é a incerteza, a maldição e a morte. O mundo realmente acabou? Ainda é possível reconstruir as coisas como eram antes? As antigas leis que tínhamos antes ainda podem ser postas em práticas se criarmos uma comunidade ou temos que começar do zero, como fizeram nossos ancestrais?
Contudo, os grandes astros da trama não são Rick Grimes e seu grupo, são os zumbis. Eles são os elementos dinamizadores do enredo. São o elemento anárquico, ambivalente e destruidor. Os zumbis são a variável do qual o Estado e a sociedade não foram capazes de medir, controlar e homogeneizar. Eles são a ambivalência materializada. A contradição social extrema. O lado negro revelado. O impensável, o incalculável, o indizível e o incontrolável. Os Walkers são a materialização do fracasso social, do fim da modernidade e de um projeto de civilização.
O fim e o fracasso da construção iluminista de sociedade — é isso que o seriado representa. Portanto, TWD situa-se no hall de histórias distópicas que povoam a literatura e as artes desde o inicio do século XX, entre as quais estão 1984, de George Orwell e aGuerra dos Mundos de H.G. Wells, que mostram um projeto falido de modernidade, de civilização e de sociedade. A distopia mostra todo o lado escuro do progresso e como esse lado obscuro pode, a qualquer momento e inevitavelmente, emergir e se apossar de tudo o que temos, de tudo que acreditamos e de tudo o que somos. As obras literárias distópicas foram muito comuns na primeira metade do século XX sua descrença em relação ao progresso material da sociedade diverge radicalmente das obras utópicas, que foram tão famosas na literatura e no pensamento social moderno entre os séculos XVI e final do século XIX. O desenvolvimento do capitalismo, os avanços da ciência e o esfacelamento dos laços feudais fizeram com que o homem moderno tivesse uma crença absoluta de que a estes valores, se radicalizados, poderiam levar indiscutivelmente ao melhoramento progressivo da humanidade, eis a utopia idealizada.
O pensamento utópico se espraiou tanto pela literatura quanto pelo pensamento filosófico e social, seus principais representantes foram Thomas Mann, Thoreau, Rousseau, Whitman e o pensamento socialista do século XIX, dentro do qual a teoria marxiana é o seu maior e mais consistente expoente. Mas o que aconteceu para que a crença na modernidade e no progresso se transformasse num profundo ceticismo em relação ao futuro da humanidade? A partir de quando isso aconteceu? A resposta está justamente nos desdobramentos colaterais que a expansão ininterrupta do capital trouxe para a humanidade. Se a partir das ruinas do feudalismo e até o fim do século XIX a sociedade europeia plantou as sementes e viu crescer e florescer essa estrondosa árvore chamada de modernidade, foi no século XX que percebemos que ela estava repleta de ervas daninhas e que seu seus galhos começaram a nos envolver e nos prender com ou uma grade de ferro. Foi no século XX que notamos as consequências do modo de vida moderno: duas grandes e devastadoras guerras, uma crise brutal do capitalismo, a divisão do mundo em dois blocos de poder, os riscos de uma grande guerra nuclear, lutas dos povos dominados da Ásia e África se emanciparem frente as potencias europeias e a queda de hegemonia das velhas nações do velho mundo. Todos esses processos se deram a custa de milhares de vidas humanas e acabou sendo inevitável que o pensamento social da época captasse as nuances da tragédia da modernidade no século XX e, ao passar pelo seu filtro critico, concluísse que o capitalismo não significava uma libertação da humanidade, mas simplesmente, como dissera Weber, a criação de uma nova grade de ferro que só se esfacelaria quando a ultima camada de carvão fóssil fosse consumida. Agora, na contemporaneidade, há novas ameaças sobre a humanidade. O processo de radicalização da modernidade, liquefação de todas as instituições criadas por esta nos mostrou que estamos, mais do que nunca, jogados num mar tempestuoso, guiando um barco que navega sem rumo, sem objetivo, onde a certeza de nossas coordenadas pode ser radicalmente mudada dependendo do sabor do vento ou das marés. A modernidade liquida, a nova modernidade do mundo atual, trouxe consigo a ameaça de um desastre natural, de epidemias proporcionadas por germes criados em laboratório, de guerras por recursos naturais, por implosão de nossos valores mais caros e formações de radicalismos e de fundamentalismos religiosos, econômicos, morais e etc. Só o que parece mais firme para nós, pobres homens modernos, é a incerteza e o niilismo — nada tem sentido, nada parece valer a pena e o proposito das coisas simplesmente desmoronou.
TWD espraia-se nessa preocupação muito forte no mundo atual. A sociologia, a economia, a filosofia, a historia e todas as outras ciências humanas estão preocupadas as consequências trazidas por séculos de modernização, de racionalização, de industrialização e de expansão ininterrupta do capitalismo moderno. TWD, a meu ver, é uma metáfora da falência de nosso projeto de civilização. Os zumbis, o desespero, o niilismo dos personagens são alegorias que propiciam uma ontologia ou uma alegoria dos dilemas da modernidade liquida. A aclamada Hq de Kirkman, em toda a sua complexidade dos temas tratados, do jogo hermenêutico de destruição dos valores e visão de mundo dos personagens, da desintegração completa da sociedade e da emergência de novas desigualdades e hierarquizações e da vivencia num mundo onde apenas a incerteza é a única coisa mais firme nesse mundo cinzento é, por assim dizer, uma metáfora perfeita da distopia em que vivemos.
Por isso ela faz tanto sucesso; de reverenciada historia em quadrinhos a uma bem sucedida serie televisiva, seu segredo não está num enredo de uma história genérica de terror, pois tantos filmes de mortos vivos já foram produzidos, mas na maneira como trata seus temas, seus personagens e, acima de tudo, consegue tocar nossa subjetividade como uma distopia da vida moderna.
Em meio ao niilismo extremo ainda há esperança. Mesmo sabendo de todo o horror que os cerca, a intenção de continuar a qualquer custo, de procurar um lugar que ofereça a possibilidade de um novo recomeço, como em Alexandria. È um dos ímpetos mais incríveis do homem moderno é continuar, apesar de tudo, da dor, do horror, da morte, das guerras e das epidemias.
A luta para a superação da distopia ainda é possível.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Plano de Ensino de Sociologia para os 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio


VIA: CAFÉ COM SOCIOLOGIA

A equipe do Café com Sociologia preparou uma sugestão de plano de ensino que pode ser adaptada e utilizada por professores de Sociologia do Ensino Médio.

O documento aborda vários conteúdos sugeridos pelas orientações curriculares nacionais.


Acesse o documento aqui:  link

domingo, 7 de abril de 2013

QUANTOS ESCRAVOS VOCÊ TEM?


VIA PAPO DE HOMEM

E se eu dissesse que um menino doce e inteligente de 12 anos, recém chegado da Bolívia, mora em uma casa de apenas 90m² no centro de São Paulo com mais 27 pessoas, entre parentes e desconhecidos? Que essa casa velha e úmida mal comporta todas as beliches cobertas com roupas de cama maltrapilhas, porque tem que ceder espaço para colunas babilônicas de tecidos e máquinas de costura?
E se eu dissesse que esses 28 trabalham cerca de 13 horas quase ininterruptas por dia, no mesmo lugar em que moram e comem e vão ao banheiro e dormem e acordam e começam tudo outra vez, por R$350,00 mensais?
E se eu dissesse ainda que todos os 28, por não terem como pagar pela casa velha e pela comida úmida, contraem dívidas absurdas e infindáveis com o indivíduo que os contratou, e, por isso, tem seus passaportes e pertences apreendidos até que o pagamento venha?
E se eu dissesse que quem financia isso tudo é você?

Link Youtube | De onde vem esse seu macacão estiloso, brother?
Em pleno século 21, enquanto alguns falam de Google Glass e discutem as questões éticas daclonagem terapêutica, os 28 costuram sem parar em instalações insalubres por 4 reais a peça.
Essa mesma jaqueta que você comprou por 150 reais ontem na liquidação de verão e correu para chegar em casa, vestir e mostrar para o namorado. Essa jaqueta que você estava procurando, deu a sorte de encontrar e que te caiu como uma luva.
Em pleno século 21, aqui, no Brasil, o trabalho escravo não está só na manufatura têxtil. Esse é só o exemplo mais próximo de mim. O trabalho escravo está em todo o país, muito provavelmente na sua cidade, no seu bairro. Nos diversos fornecedores da indústria têxtil, na pecuária, na agricultura, na indústria madeireira, na construção civil, nas carvoarias.
Mas, calma. Você não tem nada a ver com isso.
Porque você não sabe, certo? Você não sabia de nada disso. Ou ainda que soubesse, entende que não há o que possa fazer. Claro. Porque você não é o dono da GAP, Cori, da Luigi Bertolli, Emme, Collins, Gregory (…) E não é você quem contrata essas pessoas e as submete a essas condições de trabalho horríveis. E se não for lá, onde é que você vai comprar as suas roupas, não é mesmo?
E de que adianta você parar de comprar essas pechinchas incríveis que encontra nas ruas do centro, nas Lojas Marisa, Pernambucanas, C&A, se todo mundo continua comprando? Que diferença vai fazer, não é? Além do mais, aquela bota tinha um ótimo preço, e não te interessa, na verdade, de onde é que ela veio e o que é que foi preciso ser feito para que ela estivesse aí, bonita e confortável no seu pé, certo?
Alguém foi mal pago para a sua camiseta custar quinze reais na 25 de Março
O bom é que agora você sabe. Vai dormir e acordar sabendo. Vai ter de admitir que sabe, e encarar cada escolha. Sabendo. Que quatro ônibus com 235 trabalhadores em situação análoga a de escravos foram apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal do Piauí. Que imigrantes de 12 anos de idade trabalham 16 horas por dia para fazer a sua camiseta descolada de gola V da Zara. Que é você quem financia cada uma das 28 máquinas de costura.
Não precisa ser um fashionista pródigo. Muito pelo contrário. Você, que não se importa muito com o que veste, e só quando precisa recorre a alguma loja de departamento para comprar uma polo descolada a um bom preço. Você, sempre antenado nas últimas tendências ditadas pelo mundo da moda. E você, que vira e mexe vai até o centro de São Paulo atrás daquelas pechinchas no atacado. Que pega carona com a mãe até a Pernambucanas que é para ver se sai de lá com uma bermuda ou 2 camisetas básicas. Não é fácil lavar as mãos.
Se você não sabe de onde é quem vem, muito provavelmente, financia o trabalho escravo.
São dois os fatores escancarados e objetivos que mantém o trabalho escravo no país. O motor econômico (que alimenta empregadores inescrupulosos e faz com que você vá até o centro da cidade, compre aquela camiseta bacana por vintão e saia se achando esperto), e a impunidade de crimes contra os direitos humanos.
Mas há um terceiro, que penso ser o mais importante guarda-chuva dos maiores problemas da humanidade. A desconexão.
Pessoas submetem pessoas à condições de escravidão porque, como você e eu, acham que não tem nada a ver com isso.
Sobre esse processo de “desligamento empático”, não tem como não transcrever um trecho da fala do Daniel Goleman no TED Lateral Thinking, em 2007:
“Os objetos que compramos e usamos têm consequências ocultas. Somos todos vítimas passivas do nosso ponto cego coletivo. Nós não notamos. E não notamos que não notamos. Somos indiferentes às consequências ecológicas, de saúde pública, sociais e econômicas das coisas que compramos e usamos. De certa forma, a própria sala é o elefante branco na sala, e nós não vemos. E nos tornamos vítimas de um sistema que nos aponta para o outro lado.”
O assunto daria milhares de outros textos.
Que existe trabalho escravo. Aos montes. Agora. Não há 150 anos atrás, em período escravocrata.Aqui, no Brasil, não em Zimbábue. Em Goiás, Minas, Santa Catarina. No Brás, em São Paulo – não só naquela fazenda escondida no sul do Pará.
Hoje, eu vim aqui para dizer que você tem tudo a ver com isso.
E aí? Quantos escravos trabalham para você?
O Slavery Footprint te mostra o que tem no seu prato

sábado, 6 de abril de 2013

A crucificação e a democracia


Walter Ceneviva

Pilatos ouviu a voz do povo, da qual se diz que é a voz de Deus. Negou, porém, a essência da democracia
O DIA santo do Corpo de Cristo, seguido pela sexta-feira, inspira a prorrogação do descanso de aulas e trabalho, mesmo nas atividades da Justiça. A possibilidade do descanso me sugeriu a leitura da obra de Gustavo Zagrebelsky "A crucificação e a democracia" (Saraiva, 155 páginas). A linha adotada pelo escritor consistiu em avaliar a conduta de Pilatos entre o clamor do povo e o conceito da verdade sabida, ao que parece trazido por sua mulher, quando teve de resolver o destino de Cristo.
O clamor, invocado nos fatos mais espetaculosos do processo criminal, é, com alguma frequência, o aproveitamento do escândalo gerado. Já era assim ao tempo do Cristo. Apenas vem ampliado ao atingir toda a população com novos meios de comunicação, cujo desenvolvimento técnico parece interminável. Não é mais a multidão diante do palácio governamental, mas todo o povo. Seu efeito possibilitou, no século 20, a implantação da ditadura nos cinco continentes, de direita e de esquerda, desde 1918, quando terminou a Primeira Guerra Mundial até 1945, ao acabar a segunda.
A narrativa de Zagrebelsky é exemplar, o que não surpreende num juiz como ele, que presidiu a Corte Constitucional da Itália, a contar da versão da Bíblia, feita em 1641, por Giovanni Diodati. Sai agora na boa tradução de Mônica de Santis, para a Saraiva. Entre Barrabás e o Cristo, o povo salvou o primeiro. Pilatos foi um democrata no sentido estrito de que ouviu a voz do povo, da qual se diz que é a voz de Deus. Negou, porém, a essência da democracia. Deixou de lado a avaliação crítica da conduta dos dois condenados, sob ameaça da crucificação.
Na narrativa dos fatos cruciais desse momento histórico, surge a entrega de Jesus para que fosse sacrificado. Daí a frase em que a voz do povo foi divinizada para justificar a punição. Zagrebelsky considera totalitária tal concepção da democracia. Vê nela a marca da "ausência de procedimentos e de garantias". Não de uma amostra da democracia, mas sim de um jogo de adulação da multidão para criar a impressão de que o caminho do poder havia dependido do povo.
Assim, tomar a expressão "a voz do povo é a voz de Deus", no contexto da condenação do Cristo, é uma insensatez, estranha à democracia crítica. Na avaliação desta é essencial, em primeiro lugar, reconhecer e saber que "todos os homens são necessariamente limitados e falíveis". A contradição é aparente. Zagrebelsky logo esclarece: "a democracia critica é fundamentada em um ponto essencial: o de que as virtudes e os defeitos de um indivíduo são também os de todos". Se for assim, há o risco de se querer predominância para os melhores, por mérito. "O ponto de referência da democracia que aspira a melhor não é, porém, um ideal verdadeiro e justo, pelo qual ela seria esmagada e, assim, irremediavelmente condenada."
Na democracia crítica, a soberania popular subsiste, mais ainda agora, ao ser negada a infalibilidade do povo e ser reconhecida a crise dos partidos políticos. Nem há certeza de que seja possível superá-la. "Na política, a mansidão, para não parecer imbecilidade, deve ser uma virtude recíproca. Se assim não for, a certa altura, antes do fim, é preciso quebrar o silêncio e agitar para não tolerar mais."


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quinta-feira, 4 de abril de 2013

PESQUISA DE DOUTORADO


Prezado(a),
Eu sou um cientista político da Universidade Federal de Pernambuco, e conduzo minha pesquisa de doutoramento tentando responder uma pergunta principal:

 “O que a experiência de viver em São Paulo ensina às lideranças nascidas no Nordeste”.

 Se você teve essa experiência, ou conhece alguém que a tenha tido ao longo de sua vida, e tem hoje uma atuação consolidada no seu campo de atividade (seja política, profissional, empresarial, científica, religiosa, de ativismo civil, etc.), seria um grande prazer entrevistar você.

Quero conversar com você, ou com a pessoa de sua indicação, por aproximadamente 20min, pessoalmente ou por telefone, no horário que lhe for mais conveniente e em algum momento entre hoje e o próximo dia 19 de abril. Basta entrar em contato pelo facebook ou pelos outros canais (abaixo), que eu terei o maior prazer em procurar você. Os resultados deste trabalho estarão publicados no mês de julho, e eu terei todo o prazer de mandar uma cópia para o entrevistado.
No esforço de entender melhor as mudanças que estão acontecendo no Brasil e na nossa região, eu agradeço desde já ao amigo e sociólogo Pedro Mourão (PJ) pelo apoio, e a você pela boa vontade em contribuir. Um fraterno abraço, e até breve.

Arthur Leandro
(81) 99268499 - SKYPE: professor_arthurleandro
professor_arthurleandro@hotmail.com
http://www.facebook.com/professor.arthurleandro?ref=ts&fref=ts
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=T223666
Arthur Leandro

segunda-feira, 1 de abril de 2013

SELEÇÃO DE NOVO ADMNISTRADOR(A) DO BLOG CIÊNCIA SOCIAL CEARÁ




Caros amigos, por questões pessoais e profissionais não poderei mais dar continuidade ao trabalho e desenvolvimento do blog CIÊNCIA SOCIAL CEARÁ. Por favor, os interessados em ser o novo ou nova administrador(a) do blog podem enviar o curriculum para o email cienciasocialceara@hotmail.com

As exigências são:
- Ser cientista social formado ou em formação (a partir do 6º semestre)
- Residir no estado do Ceará.
- Conhecimentos básicos em informática.  

Após a seleção dos currículos, agendaremos  as entrevistas que serão feitas via internet.

Grato pela colaboração.

Deus, o universo e tudo mais



Deus, o Universo e tudo o resto é um colóquio de ensino, na tentativa de descobrir uma grande teoria unificada das leis que governam o universo. Este programa esclarecedor se aprofunda em temas como a Teoria do Big Bang, a expansão do universo, os buracos negros, a vida extraterrestre e as origens da criatividade.
Stephen Hawking é um físico teórico britânico que dedicou grande parte de sua vida a investigar as leis do tempo e do espaço descrito pela Teoria da Relatividade de Einstein. Stephen Hawking, o genial físico de Cambridge, é considerado sucessor de Galileu, Newton e Einstein.
Carl Sagan foi um astrônomo norte-americano que desempenhou um papel importante no desenvolvimento do programa espacial americano, bem como suas contribuições à ciência planetária.
Arthur C. Clarke é um autor britânico, famoso pelo clássico de ficção científica 2001: Uma Odisséia no Espaço, e sua visão otimista para a humanidade explorar a galáxia.

Apresentação: Drs. Stephen Hawking, Carl Sagan e Arthur C. Clarke